Total de visualizações de página

quinta-feira, 5 de março de 2009

O PROBLEMA DO ALCOOLISMO - Pv.23:19-35


Nenhuma droga mata mais do que o álcool. O consumo de bebida alcoólica é responsável pela maior parte de mortes não-naturais, homicídios e aci¬dentes no Brasil. Aqui está um dos grandes problemas que precisam ser encarados de frente pela igreja. Infelizmente, há aqueles que são fracos na fé e acabam caindo em tentação. É quase impossível encontrar uma pessoa ou família que nunca se deparou com o problema do alcoolismo.
Por alcoolismo, entende-se o descontrole ou excesso no consumo de bebidas alcoólicas. O alcoólatra é aquela pessoa que não sabe estabelecer um limite e não usou o autocontrole, transformando-se num dependente. É aquele que não fica só no primeiro gole.

BREVE ANÁLISE DO PROBLEMA
O Dr. Hélio Hiller de Mesquita (neurologista), disse que "o alcoolismo foi definido como doença crônica e um distúrbio de comportamento, caracterizado, em ambos os contextos, por episódios repetidos de intoxicação ou bebedeiras, a ponto de interferir na saúde do indivíduo e no seu desempenho no trabalho, em casa e na comunidade. Em termos farmacologicos, muitos estudiosos acreditam ser o alcoolismo uma forma de vício à droga". Além disso, parece que há dois tipos de bebedores: O primeiro, é constituído por pessoas que bebem por prazer ou socialmente. O segundo, é composto por pessoas com impotência frente ao álcool. Após o primeiro gole, não conseguem mais parar. Esse é o alcoólatra verdadeiro, o qual este estudo focaliza (Pv 23.35 e Is 5.11,12).
Estudiosos têm apontado várias causas para a doença do alcoolismo: herança familiar (hereditariedade), influências sociais negativas, distúrbio da própria função endrócrina, predisposição constitucional subjacente, fator cultural (hábito de ingerir álcool inserido na cultura), crises existenciais etc.
O cristão não está livre de ser tentado a fazer uso de bebidas alcoólicas. São os com¬promissos sociais, os amigos, o bar perto de casa, a vontade de "afogar" os problemas, o desejo de vencer a timidez, a influência do meio e das propagandas, e muito mais. Infelizmente, alguns acabam caindo nessa tentação e se transformam em alcoólatras.
Há aqueles que desejam vir para a igreja, mas não sabem como vencer a barreira do alcoolismo. São os que não possuem forças para vencer o vício. Por isso, a igreja necessita agir, de modo terapêutico, tentando curar e libertar esses dependentes. Eis o grande desafio!

TÓPICOS PARA REFLEXÃO

1. ALCOOLISMO E DOMÍNIO PRÓPRIO
Bebidas, alimentos e dinheiro, não são problemas em si mesmos. O problema reside nas pessoas que fazem uso deles de modo descontrolado, indisciplinado, incorreto, deixando de revelar o fruto do Espírito, ou seja, o domínio próprio (Gl 5.23; Fp 4.5). Na realidade, o problema reside mesmo é no próprio homem, pois a Bíblia ensina que, aquilo que é recebido com "ações de graças não é pecado" (Cl 3.17); e "todas as coisas, na verdade, são limpas" (Rm 4.20).
Paulo disse: "Portanto, quer comais, quer bebais, ou façais outra coisa qualquer, fazei tudo para a glória de Deus" (I Co 10.31). Quando o domínio próprio está presente, tudo é feito para a glória de Deus.
O que se escuta com freqüência dos alcoó¬latras, é que eles não possuem forças para largar o vício e nem domínio para deixar de continuar ingerindo álcool. A maioria se torna alcoólatra por causa da falta de domínio pró-prio, ou seja, não se dominam diante das oportunidades que surgem. Vale a pena citar aqui o exemplo de Daniel, que "resolveu firmemente não contaminar-se com as finas iguarias do rei, nem com o vinho que ele bebia" (Dn 1.8).

2. ALCOOLISMO E SEUS PROBLEMAS
No texto básico de Provérbios 23.19 a 35, estão alguns dos sérios problemas causados pelo alcoolismo. O ver-sículo 21 fala de "pobreza e sonolência". O versículo 29 fala de "pesares, rixas, queixas, feridas, olhos vermelhos". Os versículos 32 a 35 falam de "final doloroso, olhos que vêem cousas estranhas, coração repleto de perversidade, corpos anestesia-dos". Realmente, os problemas gerados pelo alcoolismo são terríveis.
Uma pesquisa mostra algumas destas conseqüências: mais acidentes de trabalho, mais acidentes de trânsito, mais separação na família, mais homicídios, mais menores abandonados, mais cirrose hepática, mais hepatite alcooólica, mais gastrite aguda e crônica, mais hipertensão arterial, mais confusão mental e alucinações, mais apatia, agitação e estado de coma, mais dores e crises convulsivas, mais impotência sexual, mais perda da capacidade mental, mais câncer (de boca e esôfago), mais alterações da personalidade, mais perda do autodomínio, mais violência, mais distúrbios cardiovasculares, mais queda na sensibilidade visual, mais redução da percepção das distâncias e da velocidade (reflexo).
De maneira interessante, é possível apre¬sentar essas conseqüências, através da gíria policial, quando o álcool provoca três momen¬tos distintos, batizados com o nome de alguns bichos: a fase do macaco - é quando a pessoa começa a beber e está alegre; a o do leão - é quando a bebida o deixa valente; a do porco - é quando passa mal ou dorme. As brigas começam quando o macaco chega ao bar e encontra a valentia do leão. Daí o surgimento de inimizades, incidentes e até mortes.
Os problemas causados pelo alcoolismo são tremendos e de proporções quase incontroláveis. Diante dessa terrível realidade, é bom que se diga que o álcool não é alimento; e, o verdadeiro brinde à saúde, é não desenvolver o hábito de consumir bebidas alcoólicas.

3. A RECUPERAÇÃO DO ALCOÓLATRA
Como já foi apresentado, o alcoólatra é uma pessoa doente, e não um bandido ou marginal. Ele precisa de ajuda e compreensão, não de des¬caso ou indiferença.
Há situações em que as pessoas envolvidas com dependentes do álcool chegam a per der a paciência; e, depois de tentar ajudar, de várias formas, não agüentam mais. São aquelas que dizem que já fizeram de tudo para ajudar, mas não conseguiram êxito. Em casos mais extremos, o dependente é até expulso de casa. Mas, é preciso ter esperança de que Deus pode libertar, pois ele é o Deus dos milagres, dos impossíveis (Lc 1.37).
O alcoólatra é uma criatura de Deus, é uma pessoa amiga. Aqui, portanto, reside o grande desafio para a igreja e todos os cristãos. Este desafio é grande, porque, na maioria das vezes, os alcoólatras negam que estejam doentes e que necessitam de tratamento. 0 que se pode fazer para auxiliar os alcoólatras? Vejamos:
Sendo o alcoolismo uma doença, o dependente precisa passar por um processo de desintoxicação, geralmente, com o paciente internado. Um médico, uma clínica, um hospital, aplicação de medicamentos, devem ser utilizados neste processo. É preciso "limpar" o organismo.
Mas, o alcoólatra precisa ser conscientizado dos malefícios causados pelo álcool; e precisa querer parar de beber. Só haverá libertação, cura, com a abstinência total do álcool. Só há um modo de deter essa doença: parar de beber.
Em quase todas as cidades existe o AA (Associação dos Alcoólicos Anônimos). Esse é um grupo que desenvolve uma terapia de grupo muito interessante e que tem sido útil para a recuperação de viciados. Seu preceito fundamental é: "Evite o primeiro gole". Esse grupo precisa, inclusive, receber mais apoio das igrejas, pois está aberto às colaborações do povo de Deus.
A recuperação de um alcoólatra se dá com a sua conversão genuína a Cristo. É o tratamento espiritual que deve ser feito juntamente com o tratamento médico. O alcoolismo não é uma condição condizente com a vida do cristão. Jesus é o libertador e é aquele que dá nova vida (Jo 8.32 e 36). É missão da igreja apresentar a mensagem de libertação na pessoa de Jesus.
O pastor e psicólogo Carlos Roberto Barcelos Dias oferece algumas orientações à família do alcoólatra:
• A família não conseguirá controlar o beber de seu alcoólatra - A maior causa da exaustão familiar no lidar com o alcoolismo é a tentativa frustrante, ao extremo, de controlar os comportamentos inconvenientes do alcoólatra. O alcoólatra perdeu o controle sobre sua vida, mas esse controle não será retomado através do con¬trole de outras pessoas sobre ele;
• A família não é culpada de o alcoólatra beber compulsivamente - Geralmente, a espo¬sa acha que não cuidou bem de seu marido; os filhos acham que não foram bons o suficiente; o pai, acha que o castigo que deu ao filho é a razão de ele beber, e assim sucessivamente. Ninguém é responsável pelo alcoolismo, a não ser o próprio alcoólatra que o desenvolveu, a partir da decisão de tomar o primeiro gole em sua vida;
• Não há cura para o alcoolismo, há recuperação - Constantemente, a família procura ajuda, levando consigo uma fantasia da cura. No entanto, alcoolismo não tem cura, no sentido de que o alcoólatra se veja livre da compulsão de beber para sempre. A característica marcante do alcoolismo é a perda do controle sobre o beber. Não existe, portanto, o ex-alcoólatra. O que existe é o alcoólatra, ex-bêbado. Este aprendeu a viver sem o recurso da bebida, e deve evitar o primeiro gole, um dia de cada vez.

Extraído - Revista Didaquê - "Encarando a Vida de Frente" - Lição 6

Nenhum comentário: