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quinta-feira, 5 de março de 2009

ÁLCOOL E PIEDADE



Álcool é assunto controvertido, como a maioria das questões sociais e éticas de nosso tempo. A igreja cristã tem dois pontos de vista básicos sobre o álcool: um é a abstinência, e o outro, a temperança ou moderação.
Que a Bíblia ensina? Nosso texto de Provérbios nos diz que o vinho dá falsa coragem; que a bebida forte provoca rixas; e que os homens são idiotas deixando-se dominar por elas. É difícil perceber, a partir do texto, qual a posição da Bíblia. Obviamente a Bíblia é contra a embriaguez, mas esta passagem não nos diz se a Bíblia exige total abstinência ou moderação.
Há mais duas passagens sobre o uso do álcool, no livro de Provérbios. O capítulo 23 é realmente clássico:
"Quem tem o coração cheio de angústias e tristezas? Quem está sempre discutindo e brigando? Quem é o homem de olhos inflamados e com muitas feridas? É aquele que gasta suas horas nos bares, provando novas misturas de bebidas. Não se deixe enganar pelo brilho e suave sabor do vinho forte. No fim, picará como serpente venenosa, fere como víbora. Você terá alucinações e delírios, chegando a dizer coisas loucas e tontas que depois de passado o efeito, deixarão você bastante envergonhado! Você vai cambalear como um marinheiro, quando o navio balança em alto mar, procurando agarrar-se a algum mastro. E depois você dirá: 'Nem percebi quando me deram uma surra. . . Vou voltar a beber mais um pouco!" (Pv. 23:29-31, SPV).
A outra porção está em Provérbios 31:
"Não fica bem para reis, Lemuel, beber vinho ou bebida forte. Pois, se bebem, podem se esquecer dos seus deveres, e não saberão fazer justiça para os oprimidos. As bebidas fortes são para os homens doentes que estão prestes a morrer, e o vinho é para os que estão profundamente desiludidos. Eles que bebam para se esquecerem da sua pobreza e profunda miséria" (Pv. 31:4-7, SPV).
O escritor desta passagem reconheceu, há milhares de anos, o que as autoridades médicas dizem atualmente: o álcool é uma droga que perturba a mente, mas que não a torna totalmente ruim. Pode haver uso legítimo para ele. Pode ser administrado exatamente como se administra a morfina ou outras drogas analgésicas. Contudo, quanto mais responsabilidade um homem tem, mais cuidadoso deveria ser no uso das bebidas alcoólicas.
Encontramos uma tradição dupla no Antigo Testamento. Pessoas que queriam fazer os votos especiais do nazireado, conforme encontramos em Números 6, prometiam não cortar o cabelo e não beber vinho ou suco de uvas, nem mesmo comer uvas ou passas ou qualquer outro produto da videira. Esta abstinência voluntária demonstra que sempre houve, na tradição do Antigo Testamento, os que se abstiveram completamente das bebidas alcoólicas. Mas precisamos ser honestos com os dados — o Antigo Testamento não impõe em lugar nenhum este padrão a todas as pessoas.
Mas e o Novo Testamento? Vemos de certo modo o mesmo problema. Pessoas que crêem fortemente na abstinência tentam provar que o vinho que Jesus bebeu era apenas suco de uva. Mas não pode argumentar deste modo quem quiser realmente ser honesto. Não havia refrigeração. Suco de uvas comum não resistiria; com o tempo, ele se transformaria naturalmente em vinho.
Mateus registra incidente que lança alguma luz sobre o assunto. João Batista era abstinente, mas parece que Jesus não era. "Porque João Batista não bebe nem vinho e muitas vezes fica sem comer, então vocês dizem: 'Está louco'. E Eu, o Messias, tomo parte em festas e bebo, e vocês se queixam de que Eu sou 'um comilão e bebedor'. . ." (Mt. 11:18,19, NTV). Temos de reconhecer que no Novo Testamento estão presentes as duas tradições, a moderação e a abstinência.
Paulo disse a Timóteo que devia beber um pouquinho de vinho para o seu estômago. (Veja 1 Tm. 5:23.) Acho que Timóteo era abstinente. Ele achava que bebidas alcoólicas não deveriam fazer parte de suas práticas, por ser um ancião da igreja. Por isso Paulo precisou dizer-lhe: "Se você está doente e precisa dela, beba-a." Indica novamente que há certa ambigüidade na Bíblia. Há uma forte tradição de abstinência no Antigo Testamento e no Novo Testamento, mas não há nenhuma declaração categórica sobre o assunto.
Então, você pergunta, de onde surgiram todos os problemas sobre a questão da abstinência? Por que existem as sociedades de temperança? Onde a igreja cristã obteve a força emocional nos anos 20, para votar o “Volstead Act” (Lei Seca), que baniu as bebidas alcoólicas dos Estados Unidos?
Para responder, temos de estudar os efeitos do alcoolismo. Temos de observar as tragédias induzidas pelo álcool. Uma coisa que devemos notar é o efeito do álcool sobre certas civilizações.
Conforme as civilizações desabam ou passam por transições, o perigo do alcoolismo aparece. Numa estável sociedade agrária, há índice baixo de alcoolismo. Em sociedades que entram em colisão com a transição, o índice do alcoolismo dispara.
Veja o que a "aguardente" fez com os índios americanos. A colisão entre a civilização tribal com a tecnologia avançada do Oeste levou à desintegração da cultura dos índios. Na tensão desta colisão, o alcoolismo se tornou quase endêmico em toda a população índia. Assim tivemos a imposição de que o álcool não deveria ser vendido aos índios, porque os estava destruindo.
Um efeito semelhante também foi observado pelos missionários do Havaí. Os missionários puritanos, que foram enviados da Nova Inglaterra em 1820 e anos subseqüentes, recebiam, além dos salários, certos suprimentos. Incluíam tantos litros de uísque em barris. Podiam negociá-lo; fazia parte do estável meio ambiente da Nova Inglaterra. Quando chegaram ao Havaí descobriram que tinham sido roubados pelos baleeiros e o alcoolismo irrompeu na sociedade havaiana. Entre 1840 e 1850, a maior batalha que os missionários tiveram de enfrentar foi a destruição de toda a população, pelo alcoolismo.
Por isso, adotaram regra pela qual os cristãos havaianos tinham de abster-se do álcool. Mas os missionários continuaram recebendo sua porçãozinha de uísque da Nova Inglaterra. Finalmente, começaram a preocupar-se com a inconsistência. Estavam também sob o impacto do grande grupo metodista — e os metodistas eram a espinha dorsal do movimento temperante. Mais ou menos em 1870, a porção de uísque dos missionários foi eliminada e eles já não puderam usar bebidas alcoólicas.
Na época da Revolução Industrial, embriagar-se era coisa que só gente rica podia custear. Mas com a descoberta de processo de destilação mais barato, qualquer operário podia embriagar-se por alguns centavos. E assim na transição cultural da Revolução Industrial, o alcoolismo, tanto na Europa como na América, subiu às alturas. A vida familiar começou a desintegrar-se. Parte do reavivamento religioso daquele tempo era lutar contra o "Demônio do Rum". A tradição da abstinência tornou-se dominante na herança da América Protestante.
Os cristãos tomaram consciência de que, se quisessem cristianizar a América, tinham de eliminar o álcool completamente do cenário. O triunfo final do império protestante americano foi votar a "Lei Seca", introduzindo, assim, a era da proibição.
Mas a proibição tornou-se cada vez menos popular e irrealizável. Em 1932 houve plebiscito, repelindo a lei. Desde então temos nadado em nossas bebedeiras. Realmente não nos temos comportado como cristãos que dizemos ser.
Quando olho para o presente estágio da igreja, com sua tradição dupla de abstinência e moderação, descubro que tenho de criticar ambas.
A posição abstinente tende a colocar a abstinência total numa categoria de verdade absoluta. Aqueles que assim opinam rapidamente presumem que beber é embriagar-se — e não é verdade. Isto tem conduzido a uma espécie de legalismo, através do qual julgamos os outros cristãos. Temos de traçar a linha — mas como traçar uma linha que colocaria nosso Senhor Jesus fora da igreja?
A tradição da temperança ou moderação, por outro lado, é ingênua. Estas pessoas presumem que ser cristão concede-lhes, não sei como, capacidade moral perfeita, de modo que o álcool não se torna problema. Muitas pessoas que nasceram em família cristã de duas ou três gerações simplesmente não experimentaram a devastação provocada pelo álcool que outras tiveram. Não percebem como o problema do álcool pode tornar-se sério na vida de uma pessoa.
Nosso tempo é de mudanças sociais sem paralelos — são tão grandes em termos de mudanças sociais, como qualquer uma das colisões culturais ocorridas no passado. A metade das camas no Hospital Geral de Los Angeles estão ocupadas por pessoas internadas, devido ao abuso de drogas ou álcool. Este é um dos maiores problemas de nosso país. O álcool é droga que perturba a mente.
De acordo com o Serviço de Saúde Pública dos E.U.A., há uma estimativa de 9 milhões e meio de alcoólatras na América. (Define-se alcoólatra como alguém para o qual o uso das bebidas alcoólicas tem produzido sérias complicações na saúde, vida familiar ou vocacional.) Nove milhões e meio de alcoólatras em 100 milhões de pessoas que bebem (numa população de 200 milhões de americanos)! Isso significa que entre nove a dez por cento daqueles que bebem nos Estados Unidos estão sendo destruídos pelas bebidas alcoólicas. Você pode ver por que o álcool deveria ser classificado como droga perigosa. O governo federal não deveria conceder licença para o uso ilimitado de uma droga que atinge tão altos riscos.
O Conselho de Segurança Nacional relata que de mais de 50.000 mortes que acontecem nos E.U.A. por ano, 25.000 dessas fatalidades relacionam-se com acidentes devidos ao uso de bebidas. Por que há tão pouca preocupação por parte do público para com esta tragédia que mata mais do que todas as nossas guerras já mataram ou aleijaram?
O Professor John Kaplan, em seu livro "Marijuana: The New Prohibition" (Maconha: A Nova Proibição), destaca uma série de estudos feitos por médicos peritos que indicam que entre quarenta a oitenta por cento de todos os homicídios se relacionam com bebidas alcoólicas ("Marijuana: The New Prohibiton", John Kaplan, págs. 276-282). O álcool está diretamente relacionado com a incidência do crime.
Estamos vivendo na crise da sociedade das drogas; todos nós ficamos impressionados ao ver a destruição dos jovens. Mas o fato é que o uso de drogas pelos jovens nem sequer chega perto da gravidade do problema de saúde nacional que é o alcoolismo. Não estou dizendo que as drogas são melhores do que a bebida — mas que a bebida é usada em quantidade bem maior do que as drogas.
Um dos mais fortes argumentos usados entre jovens, contra o uso da maconha é que leva para o uso de drogas mais fortes. Mas um estudo interessante publicado em "The Medicai World News" (Notícias Médi¬cas Mundiais) em 3 de dezembro de 1971, diz que o álcool, não a maconha, é a droga usada por alta porcentagem de pessoas que mais tarde se tornaram viciadas em heroína. O abuso dessa substância é considerado uma das causas principais do fracasso da manutenção da Methadona.
Numa série de estudos, pesquisadores concluíram que, em cerca da metade de nossos viciados em heroína, se houvera intervenção em estágio anterior, o diagnóstico teria sido alcoolismo ou abuso do álcool, em lugar de vício de drogas. O fenômeno tem implicações para a prevenção do uso da heroína. A essência do estudo é que o álcool está mais firmemente estabelecido como estrada para o vício da heroína do que a maconha. Temos tentado dizer aos nossos jovens que não experimentem as drogas, porque podem acabar viciados em heroína; mas deveríamos analisar o significado do uso do álcool.
O Professor Kaplan, em seu livro, diz que a maconha e o álcool são drogas perigosas. "Deixamos que pessoas com mais de vinte e um anos de idade usem álcool, portanto vamos fazer o mesmo com a maconha" ("Marijuana", Kaplan, págs. 357, 358). Mas isto não resolveria nada. Eu e você sabemos que os menores não têm problemas em obter bebidas alcoólicas, se realmente as desejarem; do mesmo modo, não teriam dificuldades em obter drogas que fossem "só para adultos".
Que podemos sugerir como perspectiva cristã em relação às bebidas alcoólicas? Dou-lhe minha resposta, reconhecendo que há duas posições na Bíblia e na Igreja Cristã. À luz da atual tensão, cheguei à conclu¬são de que a abstinência seria a estrada para mim. O alcoolismo não acontece simplesmente — relaciona-se com a estrutura emocional da personalidade. Uma pessoa pode beber "sem problemas" durante trinta anos e, então, enfrentar alguma enfermidade ou crise no emprego e tornar-se alcoólatra. Desenvolvemos nova gíria para descrever isto: o "alcoólatra sóbrio" é a pessoa que se tornará um alcoólatra mais cedo ou mais tarde, se continuar usando álcool. Considerando que tenho dois avós que foram alcoólatras antes de converterem-se, tenho todos os motivos para crer que poderia tornar-me um verdadeiro alcoólatra com muita facilidade. Poderia muito bem ser um "alcoólatra sóbrio". Não quero arriscar-me a descobri-lo!
Meu segundo motivo para a abstinência relaciona-se com minha responsabilidade para com meu irmão cristão. Paulo discute o fato de que, enquanto temos liberdade sendo cristãos, há setores nos quais deveríamos voluntariamente limitar-nos, por causa do efeito possível em nosso irmão. Se através do meu exemplo e estímulo um irmão é levado para o alcoo¬lismo, então o amor cristão diz que eu não deveria dar tal exemplo. O perigo de ser um "alcoólatra sóbrio" é de um em dez. Tenho dois filhos, portanto há possibilidade, de vinte por cento, de um de meus filhos envolver-se com a tragédia relacionada à bebida. Na qualidade de pastor, tenho centenas de pessoas em meu rebanho. Um em dez significaria que eu estaria expondo ao perigo dezenas de minhas ovelhas em nome de minha liberdade cristã. Eu não quero essa responsabilidade. Penso como Billy Sunday, que disse: "Combaterei as bebidas alcoólicas até que o Inferno se congele; e então comprarei um par de patins e lutarei contra ele sobre o gelo."
Tendo feito tal declaração, apresso-me a acrescentar que não me estou agora apoiando nas Sagradas Escrituras. Tenho o direito de falar sobre este assunto, ainda que a Bíblia não fale dele especificamente. Paulo, você se lembra, acautelou as pessoas a não se casarem por causa da tensão da época. O casamento foi instituído por Deus, mas Paulo indicou que pode haver ocasiões em que, no curso da história, a revolução social teria de levar algumas pessoas a privar-se do privilégio da vida em família. A Bíblia apresenta a idéia de que há ocasiões de crises, quando temos de restringir nossas atividades, a fim de enfrentar a situação na qual estamos vivendo.
A igreja já o fez antes. Você não pode encontrar um capítulo e um versículo no Livro Sagrado que lhe diga que a escravatura é um erro; mas não acho que a igreja tenha errado quanto à vontade de Deus quando, cento e trinta anos atrás, começou a pregar que a escravidão era falta de humanidade e que deveria ser abolida.
Por isso acho que hoje temos direito de falar sobre o álcool. Percebo que podemos ser criticados porque em nossas igrejas evangélicas tradicionais as únicas questões sociais que sempre atacamos são o divórcio, o álcool, a prostituição e o aborto. Podemos ser justamente acusados de negligenciar questões como a pobreza, o racismo e a injustiça. Devemos também cuidar desses assuntos, para não nos limitarmos simplesmente a defender em especial os tabus protestantes.
Finalmente, vamos lembrar-nos que a igreja não pode legislar sobre os seus membros no setor da prática pessoal referente ao álcool. Não podemos transformar isto em parte da lei da igreja. Seria ultrapassar os direitos que as Escrituras nos concedem. Alguns cristãos, por causa de sua criação e tradição, usam vinho e outras bebidas alcoólicas com moderação. Eu e a Igreja pecaríamos contra Deus, se insistíssemos que essas pessoas são menos cristãs porque o fazem. Se em seus corações, diante de Deus, e considerando os dados que têm à disposição, chegarem a conclusão diferente da minha, sou obrigado por lei a aceitar seu padrão diferente. Não posso impor nem uma sanção escrita nem uma sanção de atitude contra esses irmãos. Protesto tão fortemente contra a atitude da condenação do irmão porque tem opinião divergente, como protesto contra o álcool em primeiro lugar.
A igreja é guardiã da Palavra de Deus, e nós procuramos interpretar a vontade de Deus quanto aos assuntos relacionados com nossa consciência. Mas a tarefa fundamental da igreja não é forçar virtudes sobre as pessoas, através de atos de legislação ou proibição. Às vezes temos de ensinar lei e ética, mas a essência da igreja é proclamar a graça de Deus. Não cumprimos nossa missão, até que enfatizemos a graça de Deus mais fortemente do que a Lei de Deus.
Uma das maiores tragédias da igreja é que, às vezes, ela tem atacado o alcoolismo de tal maneira que geralmente não tem estendido a mão da compaixão e da misericórdia à pessoa que está perdida e presa na armadilha de sua iniqüidade. Isso pode dizer-se das drogas, ou do abuso do sexo, ou qualquer outra coisa. O tom estridente da ira da igreja tem calado a voz da compaixão, de modo que muitos que se encontram com problemas têm dito: "A igreja é o último lugar que eu desejo procurar. Eu não preciso ser açoitado mais ainda — meu pecado já me açoitou bastante. Eu preciso das palavras de Deus que dizem que há perdão em Jesus Cristo e que há graça para vencer o meu problema." Quero ser lembrado não como o homem que veio e apontou o dedo a alguém dizendo: "Você está errado!" mas como o homem que disse: "Eu percebo como você está desamparado. Eu tenho um amigo, Jesus Cristo. Ele pode perdoá-lo e curá-lo."

"Pai, ajuda-nos a orientar-nos pelas Sagradas Escrituras, a ter o cuidado de, com nossas emoções, como também com nossas palavras, não ultrapassar as Escrituras no julgamento de nosso próximo. Ajuda-nos a respeitar o direito de nosso companheiro cristão tomar suas próprias decisões. Mas leva-nos também a uma atitude cristã diante das trágicas crises sociais e pessoais que este problema produziu. Que nos mova quando tomarmos decisões relacionadas com nosso agir pessoal. Que aumente nossa dedicação na qualidade de ministros da reconciliação, que possamos chorar por aqueles que erram, levantar os que caem, e falar-lhes de Jesus, aquele que é poderoso para salvar. Em seu nome. Amém."

PAUL E. LARSEN
Extraído do Livro "Saiba Viver! - Provérbios" Cap.18 - Editora Vida

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