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terça-feira, 24 de março de 2009
A ASSEMBLÉIA DE WESTMINSTER - 5ª PARTE - CONCLUSÃO
CRÍTICA E OBJEÇÕES
APOLOGIA DOS SÍMBOLOS
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Tem-se feito crítica à Confissão, de dar ênfase demasiada à doutrina da soberania de Deus e seus decretos sem considerar a paternidade de Deus e o seu amor na proporção devida. Critica-se ainda por adotar pormenores que nem todos poderiam aceitar, em questões que poderiam ser consideradas secundárias e de ser omissa em questões de atualidade de que naqueles tempos não se cogitava.
Outros objetam ainda que os símbolos de Westminster são imperfeitos. Quanto a isso diremos que nenhuma obra humana é perfeita mesmo.
Talvez tenhamos que admitir que ao menos em parte algumas dessas críticas sejam procedentes. Pelo menos algumas reformas feitas, primeiro na Escócia s depois nos Estados Unidos parecem confirmar isso.
Não se impõe a ninguém o nosso padrão. Apenas se estabelece que os que entenderem que a interpretação de nossos símbolos corresponde com o ensino da Bíblia devem e podem reunir-se para o trabalho proveitoso. Se achar alguém que não estão certos os nossos símbolos, não o perseguiremos por isso, mas deixá-lo-emos à vontade para se filiar ao grupo que lhe parecer melhor.
Fala-se muito hoje contra os padrões doutrinários. Insistem alguns em que não se precisa mais do que das Escrituras. Não estaremos nós neste momento incidindo, com esta comemoração dos padrões de Westminster em seu tricentenário, em falta semelhante àquela dos fariseus e que lhes valeu ouvirem do Mestre a censura: "Em vão, porém, me honram, ensinando doutrinas que são mandamentos de homens"? (Marcos 7: 7).
Não, respondemos sem hesitar, justamente porque os teólogos de Westminster se esforçaram por ser fiéis â Bíblia. Cada membro da Assembléia teve que assinar o seguinte voto: “Solenemente prometo e faço voto diante de Deus Todo-poderoso, que nesta Assembléia de que sou membro, nada sustentarei em matéria de doutrina senão o que eu creio ser mais de acordo com a Palavra de Deus, nem em questão de disciplina, senão o que possa contribuir para a glória de Deus e para a paz e o bem de sua igreja”. Não, respondemos ainda, porque o argumento dos que rejeitam o dogma prova demais. Se estabelecer um padrão de doutrina como fizeram os teólogos de Westminster em discussões eruditas sobre o sentido exato das palavras da Bíblia, à luz do contexto e do consenso do ensino bíblico é desprezar as Escrituras ou substituí-las, então toda a predica o seria e todos os Comentários também o são. Nesse caso, só se deveria limitar o ministro a ler a Bíblia e nenhuma explicação fazer dela do púlpito. Tal atitude, porém, é que seria contrária ao ensino claro de muitos passos bíblicos, como Neemias 8:8; 2 Timóteo 4:2; 2:2 e 1:13 e Judas 3. Além disso, os padrões doutrinários estabelecem o conjunto coerente da verdade toda e evita o perigo da apresentação da verdade fragmentada. Justifica-se assim a elaboração de sistemas doutrinários, não porque a Bíblia seja deficiente ou imperfeita, mas porque a inteligência humana o é. Tomemos por exemplo a palavra "arrependimento" que aparece na Bíblia. O pelagiano entende por ela apenas uma reforma exterior de costumes e moral e pelo esforço da vontade humana. O católico diria que significa fazer penitência. Mas o crente evangélico entende que significa a conversão “uma revolução da alma quanto a Deus, o pecado e o dever”.
Sejamos antes dignos de conservar essa herança gloriosa não só na letra da lei, mas especialmente no cunho prático da vida dos indivíduos e da Igreja.
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