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quinta-feira, 19 de novembro de 2009

DISCIPULADO OU ESTUDOS BÍBLICOS?



Por mais de 20 anos ouvirmos falar de Discipulado, assistirmos palestras sobre o assunto, participamos de debates e simpósios sobre o tema, lemos vários livros que tratam do discipulado. Em todas essas ocasiões chegamos a conclusão que para muitos discipulado era simplesmente um conjunto de estudo Bíblicos, os quais eram aplicados por um “discipulador” (irmão mais maduro ou oficiais e pastores da Igreja).

Era e é comum ouvirmos pessoas dizerem: “estou fazendo discipulado” ou “estou ministrando ou recebendo estudos de discipulado”

O discipulado não consistia em nada mais e nada menos do que uma série de estudos bíblicos que melhoravam a intelectualidade e o conhecimento doutrinário, mas não moldava o caráter do discipulando. No final de tudo consistia apenas em mais um método de se aplicar “estudos bíblicos” ou uma nova didática.

No ano de 2008 finalmente descobrirmos a essência e o verdadeiro significado de DISCIPULADO. O Presbitério do Tocantins custeou a participação de dois pastores para um Treinamento Internacional de Discipulado no Estado de São Paulo, promovido pela Igreja Presbiteriana da Coréia em parceria com a Igreja Presbiteriana do Brasil, ali sim, os participantes conseguiram saber na integra o que é discipulado.

No discipulado há estudos bíblicos, sim! Mas não fica só no passar e receber informações, mas há um comprometimento profundo entre discipulador e discipulando. Há um moldar de caráter, não para o discípulo ser igual ao discipulador, mas consiste em o discípulo ser realmente um SERVO de JESUS.

Cabe em primeira mão a responsabilidade do pastor da Igreja em ser o orientador direto pelo discipulado. E nesta responsabilidade encontra-se o cuidado diário com os discipulando, na oração, no contato, no acompanhamento e no encontro semanal onde todos irão prestar contas do seu momento devocional (leitura, aplicação da Bíblia e oração), da sua vida cristã, do seu comprometimento com Cristo além de estudos bíblicos indutivos direcionados para fazer-lhes cristãos mais parecidos com Cristo.

A palavra fundamental no discipulado é a palavra SERVO, pois o serviço não é apenas uma parte do caráter e da vida do discípulo que segue a Jesus, mas é essência do caráter.

Jesus disse: Pois o próprio Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos (Mc 10.45). Servir e dar são características definidas do estilo de vida do cristão; se desejamos ser como Cristo, precisamos aprender a servir e dar. Isto se aprende no verdadeiro discipulado.

Cremos que muitos desprezam a verdade de Deus que nós nos tornamos maiores quanto menores nos tornamos. E muitos esquecem que a autoridade na igreja vem do servir, e não de servido. O verdadeiro discipulado nos leva a esta compreensão e um procedimento de um servo humilde do Senhor Jesus.

Que cheguemos ao verdadeiro entendimento de que o “DISCIPULADO” vai além de simples estudos bíblicos, mas produz em nosso caráter a atitude de um servo.

Rev.Laudemiro

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

XENOFOBIA


“Perguntou-lhe Natanael: De Nazaré pode sair alguma coisa boa? Respondeu-lhe Filipe: Vem e vê.” João 1:46

Conforme o Dicionário Escolar da Língua Portuguesa de Francisco da Silveira Bueno - a palavra “Xenofobia” significa: “Aversão às pessoas e coisas estrangeira”

Etimologicamente a palavra Xenofobia é uma palavra justaposta advinda de duas palavras gregas- “xenos” = Estrangeiro; e “phobos” = medo ou aversão.
A xenofobia é próxima das palavras “preconceito” ou “racismo”. Ambas condenáveis pelas Escrituras Sagradas.

A xenofobia está presente e latente no Brasil, pois vemos e escutamos expressões tais como: “ele é ignorante assim porque é nordestino”; “é preguiçoso que só os baianos”; “manso igual aos mineiros”; “bruto como os gaúchos”; “malandro igualzinho aos cariocas”.

O xenófobo tem a mania de rejeitar as pessoas que não são da sua região, nação ou etnia. Menosprezando e desprezando-as por achar a cultura, formação, origem e linguajar do outro, inferior a sua própria.

Natanael agiu com puro xenofobismo, quando usa a pergunta preconceituosa “de Nazaré pode sair alguma coisa boa?”.

A localidade de Nazaré não é mencionada no V.T. , nem nos escritos do famoso historiador hebreu Josefo que dera nome as várias localidades da Galiléia. Natanael vivia na cidade de Caná, e conhecia bem a insignificância de Nazaré, e talvez a sua resposta a Felipe soava mais como zombaria e atitude de pura xenofobia.

Natanael duvida que alguém com as características do Messias prometido procedesse de um lugar tão pequeno e insignificante como Nazaré.

A xenofobia e visível entre brasileiros e argentinos, entre ingleses e franceses, israelenses e árabes, russos e americanos, goianos e mineiros, paraenses e amazonenses, gaúchos e nordestinos, paulistas e cariocas, mineiros e capixabas, etc.
O que nos deixa mais tristes é que a xenofobia também é presente entre os evangélicos: tradicionais e pentecostais, etc.

Entre evangélicos da mesma denominação, mas de regiões diferentes. É o crente gaúcho que não aceita o crente nordestino e vice-versa.

Muitos pastores e missionários tem sofridos as mazelas do xenofobismo, quando são rejeitados por Igrejas e irmãos pelo simples fato de não ser da região e ter um sotaque diferente.

A xenofobia é pecado, pois a mesma gera separação, condenação, julgamento de valor, acepção, zombaria, desprezo e morte. Deus abomina a xenofobia (Fp 2.3, 4; 1 Co 12.13).

A xenofobia foi o combustível do Nazismo, do Facismo e do Apartheid. Trouxe e trará enormes prejuízos a humanidade e também a Igreja.

Rejeitemos e abandonemos toda atitude xenofóbica e tomemos uma atitude contrária denominada de “Xenofilia” = “Amor ou estima às pessoas e coisas estrangeiras”. (Lv.19:33,34; Tg.2:1; Ef.2:11-22).

Soli Deo Gloria

Rev.Laudemiro

MINHA DEVOCIONAL


No artigo passado falamos da necessidade de termos uma vida devocional mais profunda e independente dos devocionários pré-fabricados pelas editoras evangélicas.

Precisamos ter a nossa própria devocional e não vivermos a devocional dos outros.

Neste artigo vamos mostra um exemplo prático de devocional que aprendemos a fazer no discipulado.

Texto Lido: Mateus 5-7 - “O Sermão do Monte”

OBSERVAÇÃO: Do cap. 5 até o 7 registra-se a narrativa do Sermão do Monte, onde Jesus começa a ensinar aos seus discípulos, a multidão se aproxima e termina maravilhada com o seu ensino. Aqui neste texto, Jesus começa com o que mais inquieta o homem – a busca da FELICIDADE (Bem-aventuranças), passando para o caráter e influência do homem feliz. O cumprimento correto da Lei em vários aspectos por parte dos discípulos, sua atitude na ação social, oração e quebrantamento verdadeiro (jejum), terminando o Cap.6 com a questão da ansiedade X buscar o Reino de Deus, que são antagônicas entre si. O Cap. 7 trata do juízo temerário, as escolhas corretas, o cuidado com os falsos profetas e a importância da prática da Palavra de Deus.

REFLEXÃO: Para entender inicialmente o Sermão do Monte é necessário assentar-se com Jesus, ouvi-lo e meditar profundamente em suas palavras, examiná-las e prová-las na nossa vida e comportamento. É necessário está disposto a levantar-se para praticar estas palavras, como Ele bem expressa no final do Sermão, para que nossa vida tenha condições se superar as intempéries da vida.
Acúmulo de conhecimento sem a prática verdadeira da Palavra de Deus, não é páreo ante os problemas reais do dia-a-dia.
Não há casa que agüente a hipocrisia, o assentamento de idéias na mente mas que não descem ao coração e passam para as atitudes práticas!!!

APLICAÇÃO: Fico maravilhado com o ensino de Jesus!!! Oro ao meu Deus para não ficar só no maravilhar-se, mas para praticar com seriedade e alegria os ensinamentos de Jesus. Oh! Deus ajude-me a ser mais prático e menos teórico!!! A ser mais obediente para não ser encontrado sem autoridade como os escribas e fariseu!!! Que as ovelhas sob minha responsabilidade não fiquem só atrás das maravilhas do teu ensino, mas na prática dos teus ensinamentos!!!

Soli Deo Gloria

Rev.Laudemiro

NOSSA DEVOCIONAL


“Acheguemo-nos, portanto, confiadamente, junto ao trono da graça, a fim de recebermos misericórdia e acharmos graça para socorro em ocasião oportuna.” – Hebreus 4:16

Nestes últimos 50 anos surgiram vários livros e livretos contendo uma série de devocionais para meditação diária. Denominamos de “devocionários”, pois através dele ou orientados por eles fazemos a nossa “devoção” e a nossa “meditação”. Os devocionários evangélicos mais antigos e conhecidos no Brasil são: Mananciais do Deserto, Cada Dia, No Cenáculo, O Mensageiro e Pão Diário.

Cremos que a intenção inicial da formulação de tais devocionários, foi boa, pois apresentava um texto bíblico a ser lido, um versículo a ser decorado e uma meditação escrita por um pastor ou teólogo, para que a partir dai fazermos nossa meditação.

O problema é que na nossa correria do dia-a-dia, fazemos no máximo a leitura do versículo, lemos a meditação e pronto! O devocionário tornou-se um escapatório ou desculpa de que “fazemos nossa meditação diária”, mas que na verdade não fizemos coisa alguma, não alimentamos nossa alma com este “fast-food” (comida rápida). Enganamos a nós mesmo e o resultado é constatado na falta de conhecimento bíblico e de intimidade com Deus averiguada na vida cristã atual.

Não somos contra os “devocionários”, eles tem o seu valor, se bem utilizados. Somos contra essa prática moderna de correia no nosso momento devocional, da falsa desculpa de que “não temos tempo”.

Fazemos muitas vezes da meditação dos devocionários nossa única “fonte de alimentação espiritual”, isto é, sem a leitura da Palavra de Deus e tempo de oração.

Perdemos um bem precioso se não alimentarmos melhor nossa alma. Os devocionários podem se transformar em um grande vilão da nossa vida espiritual se não resgatarmos a nossa intimidade com Deus na prática da oração e da nossa meditação da Palavra de Deus.

Quando dizemos “nossa devocional”, queremos dizer que em vez de tentamos alimentar-se da meditação dos outros, devemos ter a nossa própria meditação.
No seu momento devocional deixe de lado os devocionários pré-fabricados e experimente de um momento de meditação pura e simplesmente extraída da Palavra de Deus.

No seu momento devocional tenha no mínimo 15 minutos de oração e 30 minutos de leitura e meditação da Palavra de Deus. Pegue um caderno e faça suas anotações e reflexões do texto lido, mas faça isto sem pressa e correria.
Após ler o texto bíblico faça as perguntas chaves para entender o conteúdo da passagem: Quem? Quando? O que? Onde? Por que? Como? Portanto? Depois faça estas perguntas para melhor aplicar a Palavra em sua vida: 1. Há um exemplo para seguir? 2. Há um pecado para evitar? 3. Há uma promessa para segurar? 4. Há uma oração para orar? 5. Há comandos para obedecer? 6. Há condições para se encontrar? 7. Há versículos para memorizar? 8. Há doutrina para aprender? 9. Há desafios para enfrentar?

No discipulado aprendemos a disciplinar e resgatar o nosso momento devocional, a fazer com que a leitura bíblica tenha mais significado em nossa vida, e ter uma vida de oração mais coerente e consistente.

No próximo artigo daremos um exemplo prático de como são feitas as anotações após a leitura bíblica. Englobando a Observação, Reflexão e Aplicação Pessoal do texto lido.

Soli Deo Gloria

Rev.Laudemiro

NÃO OS EMBARACEIS


“Trouxeram-lhe, então, algumas crianças, para que lhes impusesse as mãos e orasse; mas os discípulos os repreendiam. Jesus, porém, disse: Deixai os pequeninos, não os embaraceis de vir a mim, porque dos tais é o reino dos céus.” Mt.19:13,14

Algumas vezes nos perguntamos o porquê de algumas crianças que foram “criadas” na Igreja e em um “lar evangélico”, e que ao crescerem não permaneceram na “Igreja”, firmes na fé, compromissadas com o Senhor Jesus.

O texto acima nos dá esta resposta! O problema é que embaraçamos mais as crianças de virem a Jesus do que conduzi-las de modo correto à Ele.

Somos como os discípulos de Jesus que estavam naquela ocasião, não temos paciência e nem tempo para dá a devida atenção aos pequeninos. Estamos prontos a repreender e não para abençoar, estamos prontos para afastar e não para aproximar, por isto Jesus repreende-nos “Deixai os pequeninos, não os embaraceis de vir a mim.”

Você já prestou atenção que na Igreja agirmos desta maneira? Quantas vezes vemos adultos resmungarem com algumas crianças que correm no templo ou fazem algum barulho: “que falta de reverência! Onde está os pais desta criança? Onde estão os diáconos para resolverem este problema?”

Nestas últimas décadas, até inventaram o “cultinho infantil” para que os pais tenham mais paz e tranqüilidade para ouvir o sermão no culto. Creio que a principal motivação foi esta e não simplesmente fazer um “cultinho” com linguagem apropriada para os pequeninos. Se o primeiro procedimento tem sido a nossa verdadeira motivação, então estamos embaraçando e não ajudando os nossos pequeninos.

Embaraçamos, atrapalhamos, criamos uma confusão mental e sentimental nos nossos pequeninos a tal ponto de afastá-los de Jesus, quando temos um duplo procedimento, tomamos atitudes duvidosas na frente dos nossos pequeninos, quando falamos uma coisa e agimos de outra maneira.

Embaraçamos nossos filhos de irem a Jesus, quando há um enorme hiato entre meu procedimento na Igreja e outro em casa. Quando abraço a liderança da Igreja e falo mal dela na minha casa. Quando condeno a fofoca e a maledicência na Igreja e os nossos pequeninos vêem e ouvem um procedimento totalmente contrário no lar. Quando lemos e pregamos a Bíblia com ardor na Igreja e em casa nossos pequeninos não nos vêem lendo-a e muito menos praticando-a.

Embaraçamos nossos pequeninos de irem a Jesus quando agirmos com falsidade na nossa vida Cristã.

Como nossos filhos vão se firmar em Jesus e se comprometerem com a sua Igreja, se somos os primeiros a criticar a vida cristã e a Igreja que é o seu Corpo?

“Na rua meus pais me dão mel para comer, mas em casa me dão as abelhas como alimento!” “Na Igreja meus pais são uns santos, em casa são uns santo-Anás”.

Meus amados, não tem coisa pior para embaraçar nossos filhos quando vivemos, procedemos e falamos de uma maneira em um lugar e de outra maneira na intimidade do nosso lar!

Lembremos da advertência de Jesus em Mt.18:6 “Qualquer, porém, que fizer tropeçar a um destes pequeninos que crêem em mim, melhor lhe fora que se lhe pendurasse ao pescoço uma grande pedra de moinho, e fosse afogado na profundeza do mar.” Veja o contexto de Mt.18:1-5.

Que Deus nos abençoe!
Rev.Laudemiro

MENINICES


“Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, pensava como menino; quando cheguei a ser homem, desisti das coisas próprias de menino.” 1Co.13:1

Bom é recordar a época da infância, mas triste é permanecer com atitudes infantis quando já é adulto.

No contexto do texto acima o apóstolo Paulo, tratava do uso e aplicação de forma correta dos dons espirituais, o que não estava acontecendo na Igreja de Corinto.
Aquela Igreja estava demonstrando sinais claros de imaturidade, de infantilidade e falta de crescimento.

No início da sua epístola ele já havia falado “não vos pude falar como a espirituais, e sim como a carnais, como a crianças em Cristo. Leite vos dei a beber, não vos dei alimento sólido; porque ainda não podíeis suportá-lo. Nem ainda agora podeis, porque ainda sois carnais.” (1Co.3:1-2). Mostrando claramente que aquela Igreja permanecia infantil e cheia de meninices ou criancice quando usa a expressão “nem ainda podeis”.

Amados, neste final de semana estamos comemorando o dia das crianças, brincando com os nossos filhos, presenteando-os, realizando passeios com eles, e lembrando com saudade dos nossos tempos de crianças. Isto é salutar e traz bênçãos para nossas famílias e principalmente para os nossos filhos.

Entretanto temos que ficar por aqui, isto é, nivelando-se com os novos filhos para que a comunicação seja possível, a comunhão seja desfrutada e os relacionamentos fortalecidos por um pequeno período, pois os nossos filhos desejam e querem ver em nós atitudes e exemplos a serem seguidos e isto de forma madura. Você deve nivelar-se com o seu filho não para ficar o tempo todo no seu nível, mas para que ele possa acompanhar a sua maturidade e ter um bom desenvolvimento.

O problema é que muitos não amadureceram e continua crianças, infantis, com atitudes próprias de meninos.

Quando trazemos esta ilustração para o campo espiritual, como o apóstolo Paulo faz, averiguamos que o dia das crianças não é um momento pontual na vida de alguns crentes, mas uma constância. Não há uma comemoração só do dia da criança, ele é criança todos os dias, pois suas atitudes e comportamentos lhes denunciam como crianças espirituais.

Está mas que na hora de tomarmos a mesma atitude do Apóstolo Paulo, “Quando cheguei a ser homem (adulto), desisti das coisas de menino”.

Rev.Laudemiro