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quinta-feira, 24 de dezembro de 2020



Como um resultado de uma gigantesca falta do que fazer, e com ajuda de pesquisa daquele renomado jornal científico SPY magazine (Janeiro, 1990), eu estou honrado em apresentar o estudo científico anual sobre o Papai Noel.

 

1) Nenhuma espécie conhecida de renas pode voar (...)

 

2) Existem 2 bilhões de crianças (pessoas abaixo de 18 anos) no mundo. MAS, desde que Papai Noel não lida (aparentemente) com as crianças Muçulmanas, Hindus, Judias e Budistas, isto reduz a carga de trabalho para 15% do total - 370 milhões de acordo com o Bureau de Referência Populacional (PRB). Em uma média de 3,5 crianças por casa, isto são 91 milhões de lares. Vamos presumir que há pelo menos uma criança boa em cada um.

 

3) Papai Noel tem 31 horas de Natal para trabalhar, graças aos diferentes fusos e a rotação da Terra, presumindo que ele viaje de leste para oeste (o que parece lógico). Isto resulta em 822,6 visitas por segundo. Isto quer dizer que para cada lar cristão com uma criança boa, Papai Noel tem 1/1000 de segundo para estacionar, sair do trenó, descer a chaminé, encher as meias, distribuir os presentes restantes sob a árvore, comer qualquer petisco que foi deixado, subir de volta a chaminé, entrar de novo no trenó e ir para a próxima casa. Presumindo que cada uma destas 91,8 milhões de paradas estão distribuídas uniformemente em volta da terra (o que, é claro, nós sabemos ser falso, mas considerando para propósitos de cálculo), nós estamos falando de aproximadamente 1,25 km por lar, num total de 120,8 milhões de kms (...)

 

4) Isto significa que o trenó do Papai Noel está se movendo a 1.040 km por segundo (...).

 

5) A carga sobre o trenó é outro elemento interessante. Presumindo que cada criança não ganhe nada mais que um pacote médio de lego (1 kg), o trenó está carregando 321.000 toneladas, sem contar Noel, que é invariavelmente descrito como obeso. Na terra, renas convencionais podem puxar nada mais que 150 kg. Mesmo assumindo que as .renas voadoras. (ver ponto #1) possam puxar DEZ VEZES a carga normal, nós não podemos fazer o trabalho com oito nem nove. Nós precisamos 214.200 renas. Isto aumenta a carga - sem contar o peso do trenó - para 353.430 toneladas.

 

6) 353.000 toneladas viajando a 1.040 km por segundo gera uma enorme resistência do ar - isto irá aquecer as renas ao mesmo nível de uma espaçonave reentrando na atmosfera da Terra. A par guia destas renas irá absorver 14,3 QUINTILHÕES joules de energia por segundo, cada uma. Em pouco tempo elas irão se tornar chamas quase que imediatamente, expondo as renas atrás delas, e criando explosões sonoras ensurdecedoras. O time inteiro de renas será vaporizado dentro de 4,26 milésimos de segundo. Noel, enquanto isso, vai ser exposto a forças centrífugas 17.500,06 vezes maior que a gravidade. Um Noel de 125 quilos seria lançado para os fundos do trenó por 2.155.007 quilos de força.

 

Conclusão:

Se Noel alguma vez entregou presentes na véspera de natal, ele já está morto. Mas, mesmo assim, FELIZ NATAL!!!! Festeje esse final de ano comemorando o Cristo, Salvador e Senhor. Esse não é conto de carochinha. É a presença certa de Deus em nós.

 

Contribuição:

http://www.intervox.nce.ufrj.br/~valterjr/natal.html

domingo, 7 de agosto de 2016

A FALÁCIA DO "IDE"


A falácia do “Ide” e suas consequências para a obra evangelística e missionária da Igreja 

Há tempos que temos ouvido pregadores nos púlpitos de nossas igrejas locais expondo que o “ide” da Grande Comissão em Mateus 28 não é um imperativo, mas, segundo o texto Grego um gerúndio. Então não há nada de novo em repetir esta ideia: a ênfase não está na ação do verbo ir, mas no seu sujeito. Todavia, a questão não é tão simples assim e a tradução equivocada de um verbo, palavra ou mesmo expressão na Bíblia pode surtir efeitos danosos à caminhada da Igreja. Em outras palavras, as falácias criadas em torno da cristalização do “ide” refletem-se tanto nos frutos imaturos como nos espinhos e abrolhos colhidos pelo povo de Deus nestas últimas décadas.
Quanto ao verbo “ide”, temos encontrado algumas traduções usando o gerúndio, mas, mesmo assim, ainda escapa o que está em jogo no uso do aoristo do verbo πορευθεντες (“ir”, “seguir”, “fazer uma jornada”, “caminhar”, etc). A dificuldade nossa em compreender e mesmo em traduzir o aoristo adequadamente decorre do fato de que o aoristo é inexistente nas línguas filhas do latim. O tradutor da Bíblia deve compreender que o aoristo expressa um acontecimento de natureza pontual: o importante não é quando (ontem, hoje ou amanhã), mas se a ação verbal se deu e se tal ação deu-se de uma vez por todas. Além disso, não é apenas de aoristo que o verbo πορευθεντες vive, mas, ali no verso 19, ele está na “voz média” e isto também soma novas informações (e dificuldades) sobre ele. O que temos, então, sobre o verbo mais usado em Missões Mundiais? Primeiro, ele não está no modo imperativo; segundo, ele participa de um tempo verbal chamado aoristo de características muito inusitadas para nós falantes da língua portuguesa; e, terceiro, a voz, que é o que indica como o sujeito se relaciona com o verbo, é a voz média. A voz média na língua grega acentua o agente e não a ação. Se tudo isso não bastasse, a ênfase da perícope está no verbo “ensinar”, que é o próximo verbo da Grande Comissão: μαθητευσατε (“fazer discípulo”, “fazer aluno”, “fazer um pupilo”, “fazer ouvinte a alguém”). O problema é que esse tipo de desvio de ênfase trouxe (e tem trazido) consequências negativas para o trabalho missionário no contexto contemporâneo. Gostaria de apresentar aqui esse assunto que merece um destaque muito maior do que simples notas de rodapé ou curiosidades do Grego para uma exposição bíblica em púlpitos de igrejas.
Cabe relembrar que a Grande Comissão sustenta-se na autoridade recebida por Jesus mediante sua obra redentora e sua morte e ressurreição. Ele é a razão, o fundamento e o que detém os direitos inalienáveis sobre o espalhamento de sua história por todo o globo terrestre. Isto está explícito no uso do verbo “ir”, não no imperativo, mas na voz média. A voz média em Grego designa também que não foram os discípulos que deram início à Grande Comissão, mas outro foi quem empreendeu a causa e nós, tão somente, fomos enxertados nessa obra já iniciada e sem tempo certo para findar. A voz média ainda chama a atenção para o fato de ser a Igreja e não outra entidade a cumprir a Grande Comissão. O sujeito do verbo são os discípulos e esta é a ênfase do verbo que se encontra na voz média!
Esclarecido estes primeiros dois pontos: um, a autoridade e razão e fundamento da Grande Comissão está em Jesus e, dois, é a Igreja e ninguém mais o responsável pela Grande Comissão, precisa-se agora perceber que esta Grande Comissão não se realiza no verbo “ir”, mas no “ensinar” (fazer discípulos). O que se quer dizer com isso é que de nada importará aonde a igreja vá, se a prioridade não for cumprir sua missão de fazer discípulos. Do contrário, a Igreja incorrerá no erro de se ver como uma entidade que leva a si mesma, autogeradora de sua missão, cujo intento seria o de levar o seu próprio projeto de poder a todos os povos. Depreende-se disso que, não estando a ênfase no “ir”, mas no “ensinar”, cabe a igreja não esquecer qual o conteúdo da Grande Comissão, porque isso é muitíssimo mais importante que plantar igrejas mundo afora vazias e ocas das doutrinas do Evangelho. Sendo ainda mais específico, não há conteúdo em ações sociais e assistencialistas, até porque, como a própria exegese da Grande Comissão revela, entre os que “vão”, muitos fariam assistência social melhor do que a Igreja, todavia, atente, ninguém poderá realizar a Grande Comissão a não ser a Igreja. O que Jesus está dizendo é que ninguém poderá ensinar o que só a Igreja pode e deve por direito conquistado para ela na cruz e ressurreição! Só a constatação deste imenso privilégio deveria ser suficiente para que olhássemos o texto de Mateus 28 com atenção redobrada.
A ordem do texto é esta: a autoridade é de Jesus e Ele comissionou a Igreja a ensinar. Neste ponto, para que ninguém tenha dúvida, a ideia de ensino está presente de três formas (estou trabalhando o texto Grego “ensinar” (fazer discípulos), “batizar” (ensinar) e “ensinar” (de novo?). Contudo, se a ideia educacional está tão presente no texto, porque não lemos isso com maior clareza? Vivemos numa cultura fortemente avessa ao estudo e também altamente pragmática. Enquanto o Apóstolo Paulo demorou dez anos para ser enviado às missões, hoje a Igreja não tarda em lançar mundo afora jovens neófitos com apenas dez meses de conversão (esta prática é resultado, certamente, da ênfase errônea no “ide” da Grande Comissão). Agora, veja: o verbo “discipular” é ensinar; o verbo “batizar” exige um ensino prévio (veja o caso de Felipe e o Eunuco); e, finalmente, o verbo “ensinar” (διδασκοντες). Mas por que Jesus queria ressaltar o caráter educacional da Missão da Igreja? Simples. A Igreja precisa continuar a ensinar os seus batizados! E esse talvez seja o maior erro da nossa investida evangelística e missionária, porque, uma vez arrolados em nossos relatórios que “três mil foram salvos”, não os ensinamos a colocar em prática na vida diária deles o ensino dado nos “evangelismos explosivos” e nas salas de catecumenato. O discípulo, segundo o texto de Mateus, é aquele aluno que é ensinado para o batismo e é ensinado a aplicar tal ensino às demais áreas de sua vida (cosmovisão). Contudo, ao priorizarmos o “ide”, vemos nascer uma legião de cristãos ateus, que vivem sem questionar as crenças de sua vida pregressa e as crenças de sua própria cultura.
Quais as falácias do “ide” e suas consequências para Missões? Primeiro, a Igreja tende a depender de si ou de alguma outra coisa (Estado, Agência Missionária, Conselho de Missões, etc) como fonte da autoridade missionária; segundo, a Igreja tende a se tornar uma ONG ou apenas mais uma entidade beneficente sem revelar sua natureza singular; terceiro, a Igreja tende a reproduzir cristãos ateus, pessoas que não farão diferença em suas próprias culturas; quarto, Missões pode se tornar um projeto de expansão pessoal ou denominacional, plantando ministros personalistas, planos mirabolantes, placas, pedras, cimentos e tijolos; quinto, a natureza educacional tende a ser abandonada ou ser deficitária. Uma das consequências imediata dessa inversão dentro da natureza da Igreja se dá, por exemplo, na área financeira, em que poderíamos ver muito mais seminários, institutos e escolas cristãs construídas pelo mundo; investiríamos em professores mais bem remunerados e preparados nestas instituições cristãs; poderíamos ter muito mais Bíblias traduzidas para povos minoritários e também ter tradutores com muito mais condições materiais e intelectuais a seu favor no trabalho transcultural; enfim, só para citar alguns exemplos, utilizando mais recursos tecnológicos, poderíamos oferecer mais cursos de apoio ao Campo Missionário sem necessariamente retirar os obreiros de onde se encontram.
Enfim, a Igreja recebeu poder em Atos 2 para ser testemunha de Cristo e não para ir! Parece herético, mas é apenas bíblico, pois, na verdade, o “ide” de Deus já havia sido dado ao homem e à mulher em Gênesis 1.28. Uma vez resgatado aquele mandato cultural (“por toda a terra”), cabe à Igreja fazer discípulos ensináveis e ensinadores, que coloquem em prática tudo o que Jesus ensinou. Quando entendemos o contrário, o desperdício de mão de obra (e olha que os trabalhadores já são poucos) e o desperdício financeiro são enormes. A Igreja recebeu poder para ser testemunha de Jesus, mas precisamos saber exatamente a que viemos; o que temos a ensinar e o que queremos como resultado desse ensino. Se pensarmos que o poder recebido é para “ir” e não para SER, encontraremos mais uma consequência dessa falácia: muitas igrejas locais, mesmo sendo referência em Missões Mundiais, falharão no trabalho de fazer discípulos em sua própria cidade. É preciso considerar que o lugar mais difícil da terra para alcançarmos sempre será o coração da pessoa que está bem ali do nosso lado, seja em Jerusalém, seja em Samaria, seja nos confins da terra...
E aqui, mais uma vez, podemos aprender com o uso do verbo πορευθεντες no tempo aoristo: não há, nesse tempo verbal, qualquer foco no detalhamento ou nos passos de como essa ação continuará a ser empreendida pelos discípulos. Em outras palavras, para o Dono da Igreja, o caráter santo do missionário ainda é requisito imprescindível diante de qualquer propaganda ativista que possamos insistir em colocar sob os holofotes que criamos.

*Por Fábio Ribas, missionário da APMT.

 FONTE: http://apmt.org.br/central-de-noticias/a-falacia-do-ide-3768

terça-feira, 19 de agosto de 2014

POR QUE NÃO HÁ MAIS APÓSTOLO HOJE?

Rev. Augustus Nicodemus
Em sua polêmica contra os escribas e fariseus, Jesus de certa feita se referiu a seus apóstolos como aqueles que, à semelhança dos profetas, sábios e escribas enviados por Deus ao antigo Israel, seriam igualmente enviados, rejeitados, perseguidos e mortos (Lc 11.49 com Mt 23.34). Desta forma, ele estabelece o paralelo entre os apóstolos e os profetas como enviados de Deus ao seu povo.
Tem sido observado que os sucessores dos profetas do Antigo Testamento, como Isaias, Jeremias, Ezequiel, Daniel e Amós, por exemplo, não foram os profetas do Novo Testamento, que tinham ministério nas igrejas locais, mas os apóstolos de Jesus Cristo, mais especificamente os doze e Paulo.1
Conforme já vimos acima, os profetas foram diretamente vocacionados e chamados por Deus (cf. Is 6.1-9; Jr 1.4-10; Ez 2.1-7; Am 7.14-15). A palavra mais usada para “profeta” no Antigo Testamento   (nabi), que transmite o conceito de alguém que fala por outro, como “sua boca” (Ex 4.16; 7.1; cf. ainda Dt 18.14-22). O profeta era, então, primariamente, alguém que falava da parte de Deus, inspirado e orientado por ele. Os profetas falaram ousadamente da parte dele sua mensagem ao povo de Israel (Lc 1.70; Hb 1.1-2). Parte destas profecias veio a ser escrita e registrada no Antigo Testamento, que é chamado por Paulo de “escrituras proféticas” (Rm 16.26, cf. ainda 2Pe 1.21; 2Tm 3.16).2 Notemos que a mensagem dos profetas não consistia apenas da predição de eventos futuros relacionados com a ação de Deus na história, os quais se cumpriram infalivelmente (Dt 18.20-22; cf. 1Rs 13.3,5; 2Rs 23.15-16). A mensagem deles consistia, em grande parte, na exposição desses eventos e sua aplicação aos seus dias. Os profetas introduziam suas palavras com as fórmulas “assim diz o Senhor” e “veio a mim a Palavra do Senhor dizendo,” o que identificava sua mensagem como inspirada e infalível. Como tal, deveria ser recebida pelo povo de Deus como a própria palavra do Senhor.
A literatura intertestamentária produzida pelos judeus nos séculos depois de Malaquias considerava que o ministério desses profetas encerrou-se com Malaquias.3 Da mesma forma, os escritores do Novo Testamento se referem aos profetas antigos como um grupo fechado e definido (cf. Mt 23.29-31; Mc 8.28; etc.). A pergunta é: através de quem Deus continuou a se revelar? Quem foram os sucessores dos profetas do Antigo Testamento como receptores e transmissores da Palavra de Deus? Resta pouca dúvida de que foram os doze apóstolos e o apóstolo Paulo, e não os profetas cristãos das igrejas locais, como aqueles que haviam em Jerusalém, Antioquia e Corinto, por exemplo (At 11.27; 13.1; 1Co 14.29). Ao contrário do que ocorria no Antigo Testamento, profetizar, na igreja cristã nascente, era um dom que todos os cristãos poderiam exercer no culto, desde que seguindo uma determinada ordem (1Co 12.10; 14.29-32). E, diferentemente dos grandes profetas de Israel, as palavras dos profetas cristãos tinham de ser julgadas pelos demais (1Co 14.29) e eles estavam debaixo da autoridade apostólica (1Co 14.37).
Em contraste com os profetas cristãos, os apóstolos  do Novo Testamento, isto é, os doze e Paulo, receberam uma chamada específica de Jesus Cristo, receberam revelações diretas da parte de Deus, como os antigos profetas (At 5.19-20; 10.9-16; 23.11; 27.23; 2Co 12.1), e assim predisseram futuros eventos relacionados com a história da salvação, entre os quais a segunda vinda do Senhor, a ressurreição dos mortos e o juízo final – isso não quer dizer que sua chamada se deu porque tinham o “dom” de apóstolo. (1Co 15.51-52; 2Ts 2.1-12; 2Pe 3.10-13).4 Lembremos que o livro de Apocalipse é uma profecia (ver Ap 1.3; 22.18-19) escrita por um apóstolo.5 Ao contrário dos profetas cristãos das igrejas locais, que não deixaram nada escrito, os apóstolos foram inspirados para escrever o Novo Testamento (1Ts 2.13; 2Pe 3.16) e a palavra deles deveria ser recebida, à semelhança dos profetas antigos, como Palavra de Deus, sem questionamentos, ao contrários dos profetas das igrejas locais (Gl 1.8-9; 1Co 14.37). Os autores neotestamentários que não foram apóstolos, como Marcos, Lucas, Tiago e Judas eram, todavia, parte do círculo apostólico e associados aos apóstolos, escrevendo a partir do testemunho deles.6
Como sucessores dos profetas de Israel e canais da revelação, os apóstolos aparecem juntos com eles na base da igreja. Nas palavras de Jesus, “Enviar-lhes-ei profetas e apóstolos, e a alguns deles matarão e a outros perseguirão” (Lc 11.49). Paulo junta os dois grupos duas vezes na carta aos Efésios como aqueles designados por Deus para lançar as bases da igreja; “edificados sobre o fundamento dos apóstolos e profetas” (Ef 2.20); “o qual, em outras gerações, não foi dado a conhecer aos filhos dos homens, como, agora, foi revelado aos seus santos apóstolos e profetas, no Espírito” (Ef 3.5). Muitos estudiosos entendem que os “profetas” mencionados nestas duas passagens de Efésios são profetas das igrejas neotestamentárias, que vieram depois dos apóstolos. Todavia, mesmo estando numa sequência temporal invertida, “profetas” se entende melhor como os grandes profetas de Israel, que vieram antes dos apóstolos. A sequência “apóstolos e profetas” não precisa ser entendida como uma sequência temporal. Os apóstolos são mencionados primeiro por estarem no foco do contexto.7
Em sua segunda carta, Pedro admoesta seus leitores a se recordarem tanto das palavras que foram ditas pelos “santos profetas” como do mandamento ensinado por “vossos apóstolos” (2Pe 3.2). Alguns entendem que “vossos apóstolos” aqui é uma referência aos missionários pioneiros que haviam fundado as igrejas às quais Pedro escreve. Contudo, a carta de Pedro não foi destinada a igrejas locais específicas e sim aos cristãos em geral (cf. 2Pe 1.1). O único grupo de “apóstolos” que se encaixaria como “vossos apóstolos” seriam os doze, que eram apóstolos para todas as igrejas.8 A carta de Judas, cuja similaridade com a segunda carta de Pedro tem levado estudiosos a acreditarem numa dependência literária entre elas,9 ao se referir aos apóstolos neste mesmo contexto, designa-os como “os apóstolos de nosso Senhor Jesus Cristo,” numa clara referência ao grupo dos doze (Jd 17).10 Estas passagens refletem a consciência de que os apóstolos de Jesus Cristo foram os continuadores dos profetas do Antigo Testamento como canais pelos quais Deus revelou sua vontade.11
Uma vez que a revelação de Deus quanto ao plano da salvação foi totalmente escrita e registrada de maneira final, completa e infalível pelos apóstolos, no Novo Testamento, completando assim a revelação dada através dos profetas de Israel no Antigo Testamento, encerrou-se o ministério de ambos os grupos.
Já que os apóstolos foram os sucessores dos profetas do Antigo Testamento, não há, pois, hoje, possibilidade de haver apóstolos como os doze e Paulo, pois eles foram recipientes e transmissores da revelação final de Deus para seu povo, que se encontra registrada no Novo Testamento.
Fonte: Trecho do livro “Apóstolos”, futuro lançamento da Editora Fiel.
1 - Cf. Heber Carlos de Campos, “Profecia Ontem e Hoje” em Misticismo e Fé Cristã (São Paulo: Editora Cultura Cristã, 2013), pp. 63-126; Christiaan J. Beker, Paul the Apostle - The Triumph of God in Life and Thought (Philadelphia: Fortress Press, 1980), p. 113.
2 - Alguns estudiosos, como E. E. Ellis, sugerem que “escrituras proféticas” é uma alusão de Paulo a escrituras que haviam sido produzidas por profetas neotestamentários, escritos estes que haviam circulado pelas igrejas, mas nunca foram preservados (E. Earle Ellis, The Old Testament in Early Christianity em WUNT, 54 [Tübingen: Mohr/Siebeck, 1991], 4-5; E. Earle Ellis, Pauline Theology: Ministry and Society [Grand Rapids: Eerdmans; Exeter: Paternoster Press, 1989], 138 n. 79). Todavia, Cranfield corretamente considera esta interpretação de Ellis como “desesperada” (C. E. B. Cranfield, A Critical and Exegetical Commentary on the Epistle to the Romans, 2 vols, em International Critical Commentary [Edinburgh: T. & T. Clark, 1979], 2:811, n.8).
3 - “Desde que os últimos profetas Ageu, Zacarias e Malaquias morreram, o Espirito Santo cessou em Israel” (T. Sota, 13, 2). Cf. πνε?μα no TDNT.
4 - O livro de Atos registra duas ocasiões em que Ágabo, um profeta de Jerusalém, anunciou acontecimentos futuros, relacionados com uma fome que veio a acontecer nos dias do imperador Cláudio (At 11.27-30) e com a prisão de Paulo em Jerusalém (At 21.10-11). O fato de que somente estes dois casos de profecias predictivas (e feitas por um único profeta) estão registrados pode indicar que a previsão do futuro não era comum fora do círculo apostólico, especialmente ainda se considerarmos que ambas as profecias de Ágabo estavam relacionadas com o ministério de Paulo. White tenta colocar estas profecias de Ágabo no mesmo nível daquelas revelações fundacionais que foram dadas aos apóstolos (Ef 3.5; cf. R. Fowler White, "Gaffin and Grudem on Eph 2:20: In Defense of Gaffin's Cessationist Exegesis," em Westminster Theological Seminary, 54 [1992], 309-310), mas é evidente que elas estavam relacionadas com a vida pessoal do apóstolo Paulo, tanto sua em ida a Jerusalém levando ajuda para os crentes da Judeia, como em sua posterior prisão naquela cidade.
5 - Assumimos aqui que foi o apóstolo João quem escreveu o livro de Apocalipse.
6 - Marcos escreveu a partir do testemunho de Pedro. Lucas foi companheiro de Paulo. Tiago era o irmão de Jesus, líder da igreja de Jerusalém e próximo do círculo (Gl 1.19). Judas era outro irmão de Jesus e também relacionado com o círculo apostólico. Lembremos por fim que Hebreus entrou no cânon porque sua autoria era atribuída ao apóstolo Paulo, como até hoje é defendido por vários estudiosos.
7 - Que Ef 3.5 se refere aos profetas do Antigo Testamento é também defendido por F. Mussner, Christus, das All und die Kirche: Studien zur Theologie der Epheserbriefes (Trierer: Paulinus, 1955), 108. Deve-se admitir, contudo, que grande parte dos comentaristas pensa que Paulo está se referindo aos profetas neotestamentários, como Andrew T. Lincoln, por exemplo. (Ephesians em Word Biblical Commentary, vol. 42, eds. D. Hubbard, et al. [Dallas, TX: Word Books, 1990], 153. Tanto Gaffin (Richard B. Gaffin, Jr. Perspectives on Pentecost: New Testament Teaching on the Gifts of the Holy Spirit [Grand Rapids: Baker, 1979], 93) quanto Grudem (Wayne Grudem, The Gift of Prophecy in 1 Corinthians [Washington: University Press of America, 1982], 47) entendem que “profetas” em Efésios 2.20 se refere aos do Novo Testamento, mas eles fazem esta defesa no contexto do debate cessacionismo-continuismo. Um dos principais argumentos contra o entendimento de que Paulo aqui se refere aos profetas do Antigo Testamento é a ordem “apóstolos e profetas,” o que tornaria isto cronologicamente impossível. Entretanto, a menção que Paulo faz dos profetas do Antigo Testamento, depois de Jesus em 1Ts 2.15, “os quais não somente mataram o Senhor Jesus e os profetas, como também nos perseguiram” certamente inverte a sequência histórica dos eventos e mostra que Paulo nem sempre está preocupado com a cronologia, como estudiosos modernos estão. Cf. F. F Bruce, 1 & 2 Thessalonians, WBC, vol. 45, eds. D. Hubbard, et al. (Dallas, TX: Word Books, 1982), 47; Robert Jamieson, A. R. Fausset, e David Brown, Commentary Critical and Explanatory on the Whole Bible (Oak Harbor, WA: Logos Research Systems, Inc., 1997).
8 - Cf. A. T. Robertson, Word Pictures in the New Testament (Nashville, TN: Broadman Press, 1933) in loco; D. A. Carson, R. T. France, J. A. Motyer, e G. J. Wenham, orgs. New Bible commentary: 21st century edition. 4th ed. (Leicester, England; Downers Grove, IL: Inter-Varsity Press, 1994) in loco.
9 - Veja Augustus Lopes, II e III de João e Judas (São Paulo, SP: Editora Cultura Cristã, 2009).
10 - Cf. Jamieson, Commentary, in loco.
11 - É preciso observer que a declaração de Jesus de que “todos os Profetas e a Lei profetizaram até João” (Mt 11.13) significa o encerramento do ministério dos profetas do Antigo Testamento, mas não o término da revelação que começou a ser dada através deles. Os apóstolos do Novo Testamento – e não os profetas do Novo Testamento – foram os canais pelos quais esta revelação continuou a ser dada. É neste sentido que os consideramos como sucessores dos profetas de Israel.

quinta-feira, 3 de julho de 2014

MILITANTE E TRIUNFANTE

Na Teologia definimos a Igreja de Cristo em dois estágios, a Igreja Militante e Triunfante... Igreja militante é a Igreja que ainda se encontra na terra militando em prol da proclamação do Evangelho aos perdidos e na edificação dos conversos... a Igreja Triunfante é aquela composta de todo aqueles que morreram em Cristo e que agora estão desfrutando do gozo no paraíso celestial.
Alguns vaticinam que a Igreja “está acabada”, que “não tem mais jeito”, que ela está contaminada pelo mundo, que “neste jogo da vida ela está perdendo de goleada”, pois há muita coisa que tem penetrado no seio da igreja, trazendo-lhe contaminação e degeneração.
Concordo, que a igreja como denominação pode e sofre os reveses deste mundo pecaminoso, mas a Igreja de Cristo é vitoriosa sempre, seja ela no seu estágio como Igreja Militante ou como Igreja Triunfante, pois todos os dias a Igreja Militante cresce com os verdadeiros eleitos e a Igreja Triunfante recebe diariamente aqueles que morrem em Cristo e são promovidos a glória celeste!
Em tempo de copa do mundo, vemos seleções militando na tentativa de conseguir o triunfo único de campeã, triunfo este que perdurará por apenas quatro anos até sua taça de campeã ser colocada de novo em jogo e assim ser provada a sua competência ou o surgimento de outra seleção que a supera... Que luta inglória! Pois a celebração de vitória dura pouco tempo, até a próxima competição, onde a atual campeã poderá ser a decepção em outra ocasião.
A igreja de Cristo é vitoriosa em todo tempo ou em qualquer estágio. Ela é e sempre será a campeã, mesmo em meio as lutas e provações.
Na comparação da vida da Igreja com o jogo de futebol, surge em minha memória as palavras proferidas pelo Rev. Jeremias Pereira, pastor da 8ª Igreja Presbiteriana de Belo Horizonte - MG, no 33º Congresso da SEPAL em 08/05/2006 que assim expressou: “A Igreja de Jesus é vitoriosa, Apocalipse já está escrito, o jogo já acabou, o campeonato é nosso e o segundo lugar já está no lago que arde com fogo e enxofre, a saber a segunda morte”.
Irmãos, enquanto assistirmos os jogos da copa do mundo, tenhamos a certeza absoluta que fazemos parte de uma seleção super campeã, que nunca sofrerá a perca do seu triunfo, e que nem as portas do inferno poderá prevalecer contra ela (Igreja de Cristo). “Em todas estas coisas, porém, somos mais que vencedores, por meio daquele que nos amou.” (Romanos 8:37)
Soli Deo Gloria!!!

Rev. Laudemiro

DIFERENÇAS IGNORADAS

A Copa do Mundo consegue fazer algo entre as pessoas da mesma nação o que dificilmente outra competição esportiva consiga. Na Copa as preferências futebolísticas quanto ao um time específico é ignorado e todos torcem pela seleção do seu país.
Em todas as 32 nações representadas pelas suas respectivas seleções na Copa do Mundo, tem seus campeonatos locais, regionais e nacionais, onde existem várias agremiações esportivas (times de futebol) com seus respectivos torcedores e fãs com rivalidades que chegam algumas vezes a mortes, mas na copa todos se une em torno de uma bandeira única, a bandeira da sua seleção, bandeira da sua nação.
Chama-nos atenção um fato divulgado nas redes sociais em que cristãos protestantes de denominações e nações diferentes tem se encontrado na Copa do Mundo e tem celebrado em torno de uma bandeira única, a bandeira do Evangelho de Cristo.
Irmãos unidos pelo sangue de Jesus Cristo, que além de torcedores dos seus selecionados, vieram a copa para testemunhar do Evangelho, para cumprirem a ordem de Cristo “Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura. ” (Marcos 16:15).
Há um dito muito antigo entre os evangélicos que diz assim: “Viver com os irmãos lá no Céu, oh! Que glória! Mas conviver com eles aqui é outra história!”. Se na Copa do Mundo além de visualizarmos a união entre torcidas rivais, e o encontros de discípulos de Cristo de várias nações, por que não conseguimos estender essa unidade no decorrer das nossas lidas diárias pós copas? A resposta está na ganância humana, no pecado enraizado no coração dos homens caídos e nos regenerados, como bem assim é denunciado em Tiago 4:1-3 “De onde procedem guerras e contendas que há entre vós? De onde, senão dos prazeres que militam na vossa carne? Cobiçais e nada tendes; matais, e invejais, e nada podeis obter; viveis a lutar e a fazer guerras. Nada tendes, porque não pedis; pedis e não recebeis, porque pedis mal, para esbanjardes em vossos prazeres.”
As nossas diferenças no corpo de Cristo, não devem ser somente ignoradas momentaneamente, mas superadas com a prática do arrependimento e perdão, e assim podemos continuar unidos celebrando a vitória em Cristo Jesus.
Soli Deo Gloria!!!
Rev. Laudemiro

COPA DA EXALTAÇÃO HUMANA

A copa do mundo realizada aqui no Brasil, como em outras competições esportivas mundiais, evidencia a religiosidade e o misticismo de cada povo ou nação que participa através dos seus atletas e torcedores.
A mídia já apresentou, nesta copa, imagens de pessoas com atitudes que denunciam ser cristãos (protestantes, católicos e ortodoxos), muçulmanos (sunitas e xiitas), místicos, supersticiosos, animistas e até seguidores da bruxaria.
Os cristãos oram para que Deus intervenha nos resultados dos jogos e com isso o seu selecionado venha a ter êxito. Da mesma forma os muçulmanos oram a Alá, os místicos aos poderes universais, os supersticiosos recorrem a suas crendices, os animistas aos poderes da natureza e os bruxos as suas entidades espirituais.
A questão é que na verdade os atletas e torcedores não estão interessados em exaltar Deus, deuses ou entidades a quem devotam a sua fé ou crença. O que querem na verdade é a exaltação humana, traduzida na melhor seleção em relação as demais, nos melhores atletas. Resumindo, exaltar o que o homem poder fazer de melhor, o quanto ele é grande e importante. Deus ou entidades espirituais são apenas detalhes a serviço dos homens para influenciar os resultados dos jogos conforme a vontade dos seus adoradores ou pretensos senhores.
A Copa no Brasil parece mais uma verdadeira Torre de Babel, com povos reunidos com intenção e motivação de exaltar a si mesmo, de glorificar não a Deus e sim o homem, de construir o seu nome, de encravar na história as façanhas do seu selecionado. “Disseram: Vinde, edifiquemos para nós uma cidade e uma torre cujo tope chegue até aos céus e tornemos célebre o nosso nome, para que não sejamos espalhados por toda a terra.” (Gn.11:6).
Que fazer então? Aproveitarmos a oportunidade para pregar o Evangelho aos que estão em torno dos estádios e dentro deles, de evangelizar as nações aqui representadas. Se não tivemos oportunidade de visitar os estádios ou ir aos locais onde se concentram os torcedores das nações participantes, oremos por aqueles que estão empenhados nesta digna tarefa de fazer os homens volverem os seus olhares para a exaltação a Deus e não ao homem.
Soli Deo Gloria!!!
Rev. Laudemiro

domingo, 1 de setembro de 2013

LIBERDADE & COMPROMISSO



No mês de Setembro comemora-se a independência do Brasil! Mês em que os brasileiros lembram ou são lembrados dos acontecimentos que culminaram com a declaração de independência do Brasil do colonialismo português. Este é o mês em que a liberdade é relembrada e celebrada!
Será que de fato temos motivos para tanta celebração por uma “liberdade” ou “independência” que com o passar dos anos averigua-se que não é bem assim? A liberdade que é celebrada é apenas circunstancial, pontual, de um momento histórico distante.
Neste período de tanta ânsia por celebração e desejo por liberdade, lembro-me de parte da letra da música “Algo Está Errado”, do Rev. Walvir Soares que diz assim: “um cara amigo meu acabou seu casamento, dizendo que ser livre era a onda do momento, eu vi que a liberdade que não tem compromisso é só uma desculpa, satisfaz o egoísmo” que retrata muito bem o Brasil e o mundo em que vivemos, que confunde liberdade com libertinagem, anarquia, rebeldia e total descompromisso com os valores morais e éticos.
A verdadeira liberdade é acompanhada com um alto senso de compromisso e o contrário disso é pura falácia e festa sem sentido.
Neste mês de setembro, continuemos a celebrar a verdadeira liberdade em Cristo, pois Ele é a Verdade encarnada que produz em nós a verdadeira liberdade: “Se vós permanecerdes na minha palavra, sois verdadeiramente meus discípulos; e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará... Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres.” (João 8:31,32,36). A liberdade em Cristo é acompanhada com  o compromisso do permanecer na sua palavra, da autenticidade do discipulado, do comprometimento com a verdade que é Ele mesmo.
Como Igreja do Senhor Jesus Cristo, somos um povo sem amarras, sem grilhões que nos prendem a vida de pecaminosidade. Somos um povo livre, mas servos do Senhor dos Senhores, vivendo debaixo de um jugo suave e um fardo leve (Mateus 11:28-30), por isso a nossa celebração não dever ser pontual, mas contínua, dia a dia até à eternidade e na eternidade!!!
Rev.Laudemiro

sábado, 22 de dezembro de 2012

UM NATAL SEM JESUS



O “espírito do Natal” paira sobre o ar todos os anos no mês de Dezembro! Todos se preparam para esta grande festa de “congraçamento”, festa de alegria, festa de troca-de-presentes, da roupa nova, das luzes, das lojas enfeitadas, das árvores iluminadas, e tudo mais. O certo é que é difícil ficar sem perceber que o “natal” chegou! Pois tudo ao nosso redor denuncia esse fato.
Não esqueçamos a “ceia de natal”, momento especial em que todas as famílias desfrutam de momentos de muita alegria e outras de grande euforia, afinal a “noite de natal” é para curtir a toda até amanhecer o dia.
Jingle bells, jingle bells!!!!!! Não esqueçamos o “Papai Noel”!!! O corpulento e simpático velhinho que “distribui e dá presentes” para todas as crianças, não importa o lugar e sua condição social. Ah! Papai Noel como você lembra o natal!!! E o natal sem papai Noel, não é natal! Não tem graça, não tem alegria, não tem presentes, não tem dádivas, pois o Papai Noel é o símbolo máximo do natal.
E Jesus!? Sim, e o Senhor Jesus Cristo!? Não é o seu natal que comemoramos!? Se bem olharmos ao nosso redor, seja em casa, nas ruas, nas cidades, na mídia, nas igrejas, todas as verdades dos três primeiros parágrafos dessa reflexão são bem aplicadas, mas a figura e a pessoa do Senhor Jesus é quase imperceptível, pois há muito tempo que o natal que comemoramos não é mais o natal de Jesus e sim o natal do desenfreio do nosso egoísmo, da autossatisfação, do nosso paladar, dos nossos desejos, da nossa carne, da nossa hipocrisia religiosa.
Vamos passar mais um natal sem Jesus, sem ele ser celebrado e adorado em espírito e em verdade, pois até nas nossas encenações teatrais na igreja e nas nossas celebrações há um misto crescente de inverdades e desconhecimento bíblico.
Não que a festa, o congraçamento seja algo ruim, mas o problema está justamente na questão em que Jesus está cada vez mais fora e o mundanismo está cada vez mais dentro, tomando lugar nas nossas celebrações e adoração. E o tão famoso “espírito de natal” está cada dia tomando uma forma do “espírito do maligno” e não de Deus.
Que neste natal e até o fim das nossas vidas, não esqueçamos, de celebrar e adorar verdadeiramente ao Senhor Jesus em nossas casas, igrejas, trabalhos e em qualquer lugar para que aqueles e que nos contemplam não tenham dúvidas de que na nossa vida e celebração Jesus sempre reina é lembrado e adorado em espírito em verdade.

Rev.Laudemiro

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

TRATANDO O PECADO – Levítico 5:1-13


INTRODUÇÃO: O texto narra quatro procedimentos pecaminosos que qualificaria a pessoa como infrator e pecador:
(1) Negar o testemunhar de um fato do seu conhecimento;
(2) Tocar em coisa impura;
(3) Tocar em coisa impura que venha de uma pessoa;
(4) Juramentos precipitados...
A esses pecados deveria o infrator confessar a sua culpa e fazer a expiação da mesma. Neste caso, e conforme as condições financeiras o infrator traria:
(1) Ovelha ou cabra;
(2) Duas rolinhas ou dois pombinhos;
(3) Um quilo de farinha...
Em cada sacrifício há as instruções procedimentais que os sacerdotes deveriam fazer e cumprir.
Que lições aprendemos nesse texto?

I – PROCEDIMENTOS PECAMINOSOS (5:1-6)
Cometemos pecados em três níveis diferentes, conforme o texto:
(1) O silêncio quando se deveria falar – reter provas - “O que mais preocupa não é o grito dos violentos, nem dos corruptos, nem dos desonestos, nem dos sem ética. O que mais preocupa é o silêncio dos bonsMartin Luther King;
(2) O manusear tocar algo inapropriado por um Cristão;
(3) O jurar ou falar precipitadamente...
Inicialmente temos a tendência de achar nosso procedimento como natural e sem qualquer risco, mas com o passar do tempo averiguaremos que o que fizemos com o nosso silêncio, o nosso manusear e o nosso falar, trouxe prejuízo para nós ou alguém e acima de tudo na nossa relação com Deus, e chegamos a conclusão fatídica “pequei”... Na versão da Bíblia na Linguagem de Hoje (NTLH) quanto ao juramento precipitado diz assim no final “então será culpado logo que compreender o que fez”... A nossa percepção tem estada estragada porque nos acostumamos com nossos atos pecaminosos... Diminuímos ou anulamos o sentimento de culpa por termos uma consciência cauterizada causada pelo nosso distanciamento de Deus e de uma vida devocional irregular e falha.

II – CONFESSANDO E REPARANDO (5:6-10)
Quando o mal for detectado, for percebido, golpeada a nossa consciência com a certeza dos pecados cometidos então o texto nos chama atenção “quando alguém for culpado de qualquer uma dessas coisas, deverá confessar o seu pecado e trazer a Deus, o Senhor...”... O nosso procedimento é confessar a nossa culpa, o nosso pecado e reparar a nossa situação diante de Deus com um coração contrito e arrependido...
No VT a reparação do mal cometido era através da expiação, isto é, de um sacrifício a Deus, de algum animal teria que pagar em nosso lugar, como bem assim o texto de Levítico expressa e orienta.
No NT temos a palavra de consolo e esperança, não em sacrifícios de animais ou ofertas de cereais, mas no sacrifício perfeito de Cristo... “- MEUS FILHINHOS, estou lhes dizendo isto a fim de que vocês fiquem longe do pecado. Mas se vocês pecarem, existe alguém para rogar por vocês diante do Pai. O nome dele é Jesus Cristo, Aquele que é tudo quanto é bom e que agrada completamente a Deus. Ele foi quem levou sobre si a ira de Deus contra os nossos pecados, e nos trouxe à comunhão com Deus; e Ele é o perdão para os nossos pecados, e não somente os nossos, mas os do mundo inteiro.” (1Jo.2:1,2 – Bíblia Viva). Em Jesus há a reparação! Há a reaproximação com Deus! Há aceitação do nosso confessar e o perdoar dos nossos pecados!

APLICAÇÕES PRÁTICAS:
1) Devo cuidar do meu silêncio, do meu tocar e do meu falar, pois posso com isso pecar diante de Deus e ofender ao meu próximo ;
2) Devo pedir mais percepção espiritual para não tratar o que é pecaminoso como algo normal e natural! Precisamos de mais discernimento espiritual!;
3) Agradecer a Deus porque em Jesus Cristo temos a certeza do perdão dos nossos pecados quando confessamos com um coração arrependido!

Rev. Laudemiro Pereira de Barros