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terça-feira, 19 de agosto de 2014

POR QUE NÃO HÁ MAIS APÓSTOLO HOJE?

Rev. Augustus Nicodemus
Em sua polêmica contra os escribas e fariseus, Jesus de certa feita se referiu a seus apóstolos como aqueles que, à semelhança dos profetas, sábios e escribas enviados por Deus ao antigo Israel, seriam igualmente enviados, rejeitados, perseguidos e mortos (Lc 11.49 com Mt 23.34). Desta forma, ele estabelece o paralelo entre os apóstolos e os profetas como enviados de Deus ao seu povo.
Tem sido observado que os sucessores dos profetas do Antigo Testamento, como Isaias, Jeremias, Ezequiel, Daniel e Amós, por exemplo, não foram os profetas do Novo Testamento, que tinham ministério nas igrejas locais, mas os apóstolos de Jesus Cristo, mais especificamente os doze e Paulo.1
Conforme já vimos acima, os profetas foram diretamente vocacionados e chamados por Deus (cf. Is 6.1-9; Jr 1.4-10; Ez 2.1-7; Am 7.14-15). A palavra mais usada para “profeta” no Antigo Testamento   (nabi), que transmite o conceito de alguém que fala por outro, como “sua boca” (Ex 4.16; 7.1; cf. ainda Dt 18.14-22). O profeta era, então, primariamente, alguém que falava da parte de Deus, inspirado e orientado por ele. Os profetas falaram ousadamente da parte dele sua mensagem ao povo de Israel (Lc 1.70; Hb 1.1-2). Parte destas profecias veio a ser escrita e registrada no Antigo Testamento, que é chamado por Paulo de “escrituras proféticas” (Rm 16.26, cf. ainda 2Pe 1.21; 2Tm 3.16).2 Notemos que a mensagem dos profetas não consistia apenas da predição de eventos futuros relacionados com a ação de Deus na história, os quais se cumpriram infalivelmente (Dt 18.20-22; cf. 1Rs 13.3,5; 2Rs 23.15-16). A mensagem deles consistia, em grande parte, na exposição desses eventos e sua aplicação aos seus dias. Os profetas introduziam suas palavras com as fórmulas “assim diz o Senhor” e “veio a mim a Palavra do Senhor dizendo,” o que identificava sua mensagem como inspirada e infalível. Como tal, deveria ser recebida pelo povo de Deus como a própria palavra do Senhor.
A literatura intertestamentária produzida pelos judeus nos séculos depois de Malaquias considerava que o ministério desses profetas encerrou-se com Malaquias.3 Da mesma forma, os escritores do Novo Testamento se referem aos profetas antigos como um grupo fechado e definido (cf. Mt 23.29-31; Mc 8.28; etc.). A pergunta é: através de quem Deus continuou a se revelar? Quem foram os sucessores dos profetas do Antigo Testamento como receptores e transmissores da Palavra de Deus? Resta pouca dúvida de que foram os doze apóstolos e o apóstolo Paulo, e não os profetas cristãos das igrejas locais, como aqueles que haviam em Jerusalém, Antioquia e Corinto, por exemplo (At 11.27; 13.1; 1Co 14.29). Ao contrário do que ocorria no Antigo Testamento, profetizar, na igreja cristã nascente, era um dom que todos os cristãos poderiam exercer no culto, desde que seguindo uma determinada ordem (1Co 12.10; 14.29-32). E, diferentemente dos grandes profetas de Israel, as palavras dos profetas cristãos tinham de ser julgadas pelos demais (1Co 14.29) e eles estavam debaixo da autoridade apostólica (1Co 14.37).
Em contraste com os profetas cristãos, os apóstolos  do Novo Testamento, isto é, os doze e Paulo, receberam uma chamada específica de Jesus Cristo, receberam revelações diretas da parte de Deus, como os antigos profetas (At 5.19-20; 10.9-16; 23.11; 27.23; 2Co 12.1), e assim predisseram futuros eventos relacionados com a história da salvação, entre os quais a segunda vinda do Senhor, a ressurreição dos mortos e o juízo final – isso não quer dizer que sua chamada se deu porque tinham o “dom” de apóstolo. (1Co 15.51-52; 2Ts 2.1-12; 2Pe 3.10-13).4 Lembremos que o livro de Apocalipse é uma profecia (ver Ap 1.3; 22.18-19) escrita por um apóstolo.5 Ao contrário dos profetas cristãos das igrejas locais, que não deixaram nada escrito, os apóstolos foram inspirados para escrever o Novo Testamento (1Ts 2.13; 2Pe 3.16) e a palavra deles deveria ser recebida, à semelhança dos profetas antigos, como Palavra de Deus, sem questionamentos, ao contrários dos profetas das igrejas locais (Gl 1.8-9; 1Co 14.37). Os autores neotestamentários que não foram apóstolos, como Marcos, Lucas, Tiago e Judas eram, todavia, parte do círculo apostólico e associados aos apóstolos, escrevendo a partir do testemunho deles.6
Como sucessores dos profetas de Israel e canais da revelação, os apóstolos aparecem juntos com eles na base da igreja. Nas palavras de Jesus, “Enviar-lhes-ei profetas e apóstolos, e a alguns deles matarão e a outros perseguirão” (Lc 11.49). Paulo junta os dois grupos duas vezes na carta aos Efésios como aqueles designados por Deus para lançar as bases da igreja; “edificados sobre o fundamento dos apóstolos e profetas” (Ef 2.20); “o qual, em outras gerações, não foi dado a conhecer aos filhos dos homens, como, agora, foi revelado aos seus santos apóstolos e profetas, no Espírito” (Ef 3.5). Muitos estudiosos entendem que os “profetas” mencionados nestas duas passagens de Efésios são profetas das igrejas neotestamentárias, que vieram depois dos apóstolos. Todavia, mesmo estando numa sequência temporal invertida, “profetas” se entende melhor como os grandes profetas de Israel, que vieram antes dos apóstolos. A sequência “apóstolos e profetas” não precisa ser entendida como uma sequência temporal. Os apóstolos são mencionados primeiro por estarem no foco do contexto.7
Em sua segunda carta, Pedro admoesta seus leitores a se recordarem tanto das palavras que foram ditas pelos “santos profetas” como do mandamento ensinado por “vossos apóstolos” (2Pe 3.2). Alguns entendem que “vossos apóstolos” aqui é uma referência aos missionários pioneiros que haviam fundado as igrejas às quais Pedro escreve. Contudo, a carta de Pedro não foi destinada a igrejas locais específicas e sim aos cristãos em geral (cf. 2Pe 1.1). O único grupo de “apóstolos” que se encaixaria como “vossos apóstolos” seriam os doze, que eram apóstolos para todas as igrejas.8 A carta de Judas, cuja similaridade com a segunda carta de Pedro tem levado estudiosos a acreditarem numa dependência literária entre elas,9 ao se referir aos apóstolos neste mesmo contexto, designa-os como “os apóstolos de nosso Senhor Jesus Cristo,” numa clara referência ao grupo dos doze (Jd 17).10 Estas passagens refletem a consciência de que os apóstolos de Jesus Cristo foram os continuadores dos profetas do Antigo Testamento como canais pelos quais Deus revelou sua vontade.11
Uma vez que a revelação de Deus quanto ao plano da salvação foi totalmente escrita e registrada de maneira final, completa e infalível pelos apóstolos, no Novo Testamento, completando assim a revelação dada através dos profetas de Israel no Antigo Testamento, encerrou-se o ministério de ambos os grupos.
Já que os apóstolos foram os sucessores dos profetas do Antigo Testamento, não há, pois, hoje, possibilidade de haver apóstolos como os doze e Paulo, pois eles foram recipientes e transmissores da revelação final de Deus para seu povo, que se encontra registrada no Novo Testamento.
Fonte: Trecho do livro “Apóstolos”, futuro lançamento da Editora Fiel.
1 - Cf. Heber Carlos de Campos, “Profecia Ontem e Hoje” em Misticismo e Fé Cristã (São Paulo: Editora Cultura Cristã, 2013), pp. 63-126; Christiaan J. Beker, Paul the Apostle - The Triumph of God in Life and Thought (Philadelphia: Fortress Press, 1980), p. 113.
2 - Alguns estudiosos, como E. E. Ellis, sugerem que “escrituras proféticas” é uma alusão de Paulo a escrituras que haviam sido produzidas por profetas neotestamentários, escritos estes que haviam circulado pelas igrejas, mas nunca foram preservados (E. Earle Ellis, The Old Testament in Early Christianity em WUNT, 54 [Tübingen: Mohr/Siebeck, 1991], 4-5; E. Earle Ellis, Pauline Theology: Ministry and Society [Grand Rapids: Eerdmans; Exeter: Paternoster Press, 1989], 138 n. 79). Todavia, Cranfield corretamente considera esta interpretação de Ellis como “desesperada” (C. E. B. Cranfield, A Critical and Exegetical Commentary on the Epistle to the Romans, 2 vols, em International Critical Commentary [Edinburgh: T. & T. Clark, 1979], 2:811, n.8).
3 - “Desde que os últimos profetas Ageu, Zacarias e Malaquias morreram, o Espirito Santo cessou em Israel” (T. Sota, 13, 2). Cf. πνε?μα no TDNT.
4 - O livro de Atos registra duas ocasiões em que Ágabo, um profeta de Jerusalém, anunciou acontecimentos futuros, relacionados com uma fome que veio a acontecer nos dias do imperador Cláudio (At 11.27-30) e com a prisão de Paulo em Jerusalém (At 21.10-11). O fato de que somente estes dois casos de profecias predictivas (e feitas por um único profeta) estão registrados pode indicar que a previsão do futuro não era comum fora do círculo apostólico, especialmente ainda se considerarmos que ambas as profecias de Ágabo estavam relacionadas com o ministério de Paulo. White tenta colocar estas profecias de Ágabo no mesmo nível daquelas revelações fundacionais que foram dadas aos apóstolos (Ef 3.5; cf. R. Fowler White, "Gaffin and Grudem on Eph 2:20: In Defense of Gaffin's Cessationist Exegesis," em Westminster Theological Seminary, 54 [1992], 309-310), mas é evidente que elas estavam relacionadas com a vida pessoal do apóstolo Paulo, tanto sua em ida a Jerusalém levando ajuda para os crentes da Judeia, como em sua posterior prisão naquela cidade.
5 - Assumimos aqui que foi o apóstolo João quem escreveu o livro de Apocalipse.
6 - Marcos escreveu a partir do testemunho de Pedro. Lucas foi companheiro de Paulo. Tiago era o irmão de Jesus, líder da igreja de Jerusalém e próximo do círculo (Gl 1.19). Judas era outro irmão de Jesus e também relacionado com o círculo apostólico. Lembremos por fim que Hebreus entrou no cânon porque sua autoria era atribuída ao apóstolo Paulo, como até hoje é defendido por vários estudiosos.
7 - Que Ef 3.5 se refere aos profetas do Antigo Testamento é também defendido por F. Mussner, Christus, das All und die Kirche: Studien zur Theologie der Epheserbriefes (Trierer: Paulinus, 1955), 108. Deve-se admitir, contudo, que grande parte dos comentaristas pensa que Paulo está se referindo aos profetas neotestamentários, como Andrew T. Lincoln, por exemplo. (Ephesians em Word Biblical Commentary, vol. 42, eds. D. Hubbard, et al. [Dallas, TX: Word Books, 1990], 153. Tanto Gaffin (Richard B. Gaffin, Jr. Perspectives on Pentecost: New Testament Teaching on the Gifts of the Holy Spirit [Grand Rapids: Baker, 1979], 93) quanto Grudem (Wayne Grudem, The Gift of Prophecy in 1 Corinthians [Washington: University Press of America, 1982], 47) entendem que “profetas” em Efésios 2.20 se refere aos do Novo Testamento, mas eles fazem esta defesa no contexto do debate cessacionismo-continuismo. Um dos principais argumentos contra o entendimento de que Paulo aqui se refere aos profetas do Antigo Testamento é a ordem “apóstolos e profetas,” o que tornaria isto cronologicamente impossível. Entretanto, a menção que Paulo faz dos profetas do Antigo Testamento, depois de Jesus em 1Ts 2.15, “os quais não somente mataram o Senhor Jesus e os profetas, como também nos perseguiram” certamente inverte a sequência histórica dos eventos e mostra que Paulo nem sempre está preocupado com a cronologia, como estudiosos modernos estão. Cf. F. F Bruce, 1 & 2 Thessalonians, WBC, vol. 45, eds. D. Hubbard, et al. (Dallas, TX: Word Books, 1982), 47; Robert Jamieson, A. R. Fausset, e David Brown, Commentary Critical and Explanatory on the Whole Bible (Oak Harbor, WA: Logos Research Systems, Inc., 1997).
8 - Cf. A. T. Robertson, Word Pictures in the New Testament (Nashville, TN: Broadman Press, 1933) in loco; D. A. Carson, R. T. France, J. A. Motyer, e G. J. Wenham, orgs. New Bible commentary: 21st century edition. 4th ed. (Leicester, England; Downers Grove, IL: Inter-Varsity Press, 1994) in loco.
9 - Veja Augustus Lopes, II e III de João e Judas (São Paulo, SP: Editora Cultura Cristã, 2009).
10 - Cf. Jamieson, Commentary, in loco.
11 - É preciso observer que a declaração de Jesus de que “todos os Profetas e a Lei profetizaram até João” (Mt 11.13) significa o encerramento do ministério dos profetas do Antigo Testamento, mas não o término da revelação que começou a ser dada através deles. Os apóstolos do Novo Testamento – e não os profetas do Novo Testamento – foram os canais pelos quais esta revelação continuou a ser dada. É neste sentido que os consideramos como sucessores dos profetas de Israel.

quinta-feira, 3 de julho de 2014

MILITANTE E TRIUNFANTE

Na Teologia definimos a Igreja de Cristo em dois estágios, a Igreja Militante e Triunfante... Igreja militante é a Igreja que ainda se encontra na terra militando em prol da proclamação do Evangelho aos perdidos e na edificação dos conversos... a Igreja Triunfante é aquela composta de todo aqueles que morreram em Cristo e que agora estão desfrutando do gozo no paraíso celestial.
Alguns vaticinam que a Igreja “está acabada”, que “não tem mais jeito”, que ela está contaminada pelo mundo, que “neste jogo da vida ela está perdendo de goleada”, pois há muita coisa que tem penetrado no seio da igreja, trazendo-lhe contaminação e degeneração.
Concordo, que a igreja como denominação pode e sofre os reveses deste mundo pecaminoso, mas a Igreja de Cristo é vitoriosa sempre, seja ela no seu estágio como Igreja Militante ou como Igreja Triunfante, pois todos os dias a Igreja Militante cresce com os verdadeiros eleitos e a Igreja Triunfante recebe diariamente aqueles que morrem em Cristo e são promovidos a glória celeste!
Em tempo de copa do mundo, vemos seleções militando na tentativa de conseguir o triunfo único de campeã, triunfo este que perdurará por apenas quatro anos até sua taça de campeã ser colocada de novo em jogo e assim ser provada a sua competência ou o surgimento de outra seleção que a supera... Que luta inglória! Pois a celebração de vitória dura pouco tempo, até a próxima competição, onde a atual campeã poderá ser a decepção em outra ocasião.
A igreja de Cristo é vitoriosa em todo tempo ou em qualquer estágio. Ela é e sempre será a campeã, mesmo em meio as lutas e provações.
Na comparação da vida da Igreja com o jogo de futebol, surge em minha memória as palavras proferidas pelo Rev. Jeremias Pereira, pastor da 8ª Igreja Presbiteriana de Belo Horizonte - MG, no 33º Congresso da SEPAL em 08/05/2006 que assim expressou: “A Igreja de Jesus é vitoriosa, Apocalipse já está escrito, o jogo já acabou, o campeonato é nosso e o segundo lugar já está no lago que arde com fogo e enxofre, a saber a segunda morte”.
Irmãos, enquanto assistirmos os jogos da copa do mundo, tenhamos a certeza absoluta que fazemos parte de uma seleção super campeã, que nunca sofrerá a perca do seu triunfo, e que nem as portas do inferno poderá prevalecer contra ela (Igreja de Cristo). “Em todas estas coisas, porém, somos mais que vencedores, por meio daquele que nos amou.” (Romanos 8:37)
Soli Deo Gloria!!!

Rev. Laudemiro

DIFERENÇAS IGNORADAS

A Copa do Mundo consegue fazer algo entre as pessoas da mesma nação o que dificilmente outra competição esportiva consiga. Na Copa as preferências futebolísticas quanto ao um time específico é ignorado e todos torcem pela seleção do seu país.
Em todas as 32 nações representadas pelas suas respectivas seleções na Copa do Mundo, tem seus campeonatos locais, regionais e nacionais, onde existem várias agremiações esportivas (times de futebol) com seus respectivos torcedores e fãs com rivalidades que chegam algumas vezes a mortes, mas na copa todos se une em torno de uma bandeira única, a bandeira da sua seleção, bandeira da sua nação.
Chama-nos atenção um fato divulgado nas redes sociais em que cristãos protestantes de denominações e nações diferentes tem se encontrado na Copa do Mundo e tem celebrado em torno de uma bandeira única, a bandeira do Evangelho de Cristo.
Irmãos unidos pelo sangue de Jesus Cristo, que além de torcedores dos seus selecionados, vieram a copa para testemunhar do Evangelho, para cumprirem a ordem de Cristo “Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura. ” (Marcos 16:15).
Há um dito muito antigo entre os evangélicos que diz assim: “Viver com os irmãos lá no Céu, oh! Que glória! Mas conviver com eles aqui é outra história!”. Se na Copa do Mundo além de visualizarmos a união entre torcidas rivais, e o encontros de discípulos de Cristo de várias nações, por que não conseguimos estender essa unidade no decorrer das nossas lidas diárias pós copas? A resposta está na ganância humana, no pecado enraizado no coração dos homens caídos e nos regenerados, como bem assim é denunciado em Tiago 4:1-3 “De onde procedem guerras e contendas que há entre vós? De onde, senão dos prazeres que militam na vossa carne? Cobiçais e nada tendes; matais, e invejais, e nada podeis obter; viveis a lutar e a fazer guerras. Nada tendes, porque não pedis; pedis e não recebeis, porque pedis mal, para esbanjardes em vossos prazeres.”
As nossas diferenças no corpo de Cristo, não devem ser somente ignoradas momentaneamente, mas superadas com a prática do arrependimento e perdão, e assim podemos continuar unidos celebrando a vitória em Cristo Jesus.
Soli Deo Gloria!!!
Rev. Laudemiro

COPA DA EXALTAÇÃO HUMANA

A copa do mundo realizada aqui no Brasil, como em outras competições esportivas mundiais, evidencia a religiosidade e o misticismo de cada povo ou nação que participa através dos seus atletas e torcedores.
A mídia já apresentou, nesta copa, imagens de pessoas com atitudes que denunciam ser cristãos (protestantes, católicos e ortodoxos), muçulmanos (sunitas e xiitas), místicos, supersticiosos, animistas e até seguidores da bruxaria.
Os cristãos oram para que Deus intervenha nos resultados dos jogos e com isso o seu selecionado venha a ter êxito. Da mesma forma os muçulmanos oram a Alá, os místicos aos poderes universais, os supersticiosos recorrem a suas crendices, os animistas aos poderes da natureza e os bruxos as suas entidades espirituais.
A questão é que na verdade os atletas e torcedores não estão interessados em exaltar Deus, deuses ou entidades a quem devotam a sua fé ou crença. O que querem na verdade é a exaltação humana, traduzida na melhor seleção em relação as demais, nos melhores atletas. Resumindo, exaltar o que o homem poder fazer de melhor, o quanto ele é grande e importante. Deus ou entidades espirituais são apenas detalhes a serviço dos homens para influenciar os resultados dos jogos conforme a vontade dos seus adoradores ou pretensos senhores.
A Copa no Brasil parece mais uma verdadeira Torre de Babel, com povos reunidos com intenção e motivação de exaltar a si mesmo, de glorificar não a Deus e sim o homem, de construir o seu nome, de encravar na história as façanhas do seu selecionado. “Disseram: Vinde, edifiquemos para nós uma cidade e uma torre cujo tope chegue até aos céus e tornemos célebre o nosso nome, para que não sejamos espalhados por toda a terra.” (Gn.11:6).
Que fazer então? Aproveitarmos a oportunidade para pregar o Evangelho aos que estão em torno dos estádios e dentro deles, de evangelizar as nações aqui representadas. Se não tivemos oportunidade de visitar os estádios ou ir aos locais onde se concentram os torcedores das nações participantes, oremos por aqueles que estão empenhados nesta digna tarefa de fazer os homens volverem os seus olhares para a exaltação a Deus e não ao homem.
Soli Deo Gloria!!!
Rev. Laudemiro