Total de visualizações de página

sábado, 7 de fevereiro de 2009

ADORAÇÃO... EXTRAVAGANTE???



Segundo o Aurélio, estrambótico é o mesmo que extravagante, e, segundo o mesmo dicionário, extravagante é algo ou alguma pessoa que anda fora do seu lugar, que se afasta do habitual, do comum, estrambótico, excêntrico, esquisito.

Tenho nesses últimos meses visto muitas pessoas falando sobre esse “tal” louvor extravagante e outros, me perguntando se eu sou um adorador extravagante.

Afinal o que vem a ser um “adorador extravagante” ou “louvor extravagante?” O “louvor profético” já saiu de moda?

Fiquei curioso pra saber se sou ou não um adorador estrambótico. Existe base bíblica ou princípios bíblicos que justifiquem essa “nova” descoberta?

O rápido crescimento das igrejas evangélicas no Brasil nesses últimos anos tem sido marcado por várias mudanças na liturgia das igrejas, principalmente no chamado “ministério do louvor”. É uma pena que esse crescimento e mudanças internas de nosso arraial gospel ainda não produziram nenhum impacto externo relevante para a nossa sociedade... mas isso é outro assunto! Mas o que tenho visto são alguns irmãos no desejo de estarem inseridos nessa “nova” modalidade de adoração descambando ao uso constante da linguagem da emoção. Pular, gritar, gargalhar ou chorar compulsivamente, repetir frases excessivamente; como se possuíssem um poder mágico, rolar pelo chão ou simplesmente “cair no poder” são as características que definem se você é ou não um adorador extravagante ou estrambótico.

Se me assistirem numa apresentação do Fruto Sagrado, com certeza estarei bem classificado no quesito “estrambótico”, “esquisito”, “fora do comum”!

Como achismos e modismos nunca serviram pra minha vida e não servem para vida de ninguém, recorri a única bússola de nossas vidas – A Bíblia Sagrada.

Após ler vários textos bíblicos fica claro que adoração é expressar nosso amor a Deus por aquilo que Ele é, pelo o que Ele fez e pelo que tem feito em nossas vidas. A adoração a Deus pode ser expressa de diferentes formas: orando de forma silenciosa ou em voz alta, cantando com ou sem instrumentos, obedecendo, testemunhando, doando “tutu”, dizimando, confiando, ou seja a adoração não é parte de nossa vida; ela é a nossa vida! É muito mais do que alguns minutos durante um culto. No Salmo 113.3 está escrito: “Cantem glorias e louvem ao senhor desde o nascer até o por do sol”. É no trabalho, é em casa, é na batalha, é na prisão, numa cama confortável ou num leito de hospital!

Adoração é fazer com que o nosso dia a dia, o nosso comer, trabalhar, passear, dormir ... tudo seja oferecido a Jesus em todos os momentos.

Adoração é um estilo de vida. Extrapola o momento do culto! A Adoração produz em nós o desejo de falar de Cristo para as outras pessoas, a adoração altera o nosso testemunho, o nosso modo de “ver e viver a vida”!
Qualquer atitude nossa que agrade a Deus é um ato de adoração, seja extravagante ou discreta. Adoração é muito mais que música, a adoração não tem haver com estilo musical, volume ou andamento da musica, nem com o jeito de canta-la (virado ou não pra parede por exemplo!).

Deus ama todos os estilos de música, pois foi Ele que inventou! Freqüentemente nós cristãos, discordamos quanto ao estilo de música , dizendo que o estilo “x” é melhor ou mais indicado do que o estilo “y”. Pura imaturidade.

Se for oferecida a Deus em espírito e verdade então é adoração. A Bíblia diz em João 4.23 e 24 que “o Pai procura por adoradores que o adorem em espírito e em verdade”. Isso significa que adorar a Deus tem que fazer parte integral da fé cristã e que o essencial não é a “forma”, o essencial no adorador é amar a Deus sobre todas as coisas. Independe se sou estrambótico ou não.

O Pr. Russell Shedd é categórico: “o ativismo e a agitação podem ser sinais de devoção como também podem ser apenas hábitos ou expressões externas de obrigações litúrgicas”.
Ele ainda afirma, “que não podemos avaliar a qualidade pela forma, porque não sabemos o que se passa no coração dos adoradores”.

Jesus fala sobre isso em Marcos 7.6 “Este povo honra-me com os lábios, mas o seu coração esta longe de mim”.

É possível pular, dançar, chorar, fazer chover, declarar aos berros “Jesus eu te amo” e tudo não passar de um ritual vazio e sem valor. No capitulo 29 do livro do profeta Isaías está escrito: “A adoração que me prestam é feita só de regras ensinadas por homens”.

Daí minha inquietação quando vejo meus irmãos tupiniquins questionando se a minha igreja possui o louvor extravagante ou se eu sou adepto de práticas estrambóticas de louvor. Mais preocupante é constatar da parte de alguns um sentimento discriminatório quando afirmo incisivamente que minha relação com Deus não é guiada por modismos importados ou inventados por mentes humanas.

Já ouvi várias pessoas afirmarem que o louvor da igreja que freqüento é “ultrapassado”, “frio”, “é muito parado”, “eu gosto do louvor quando é igual ao da Igreja tal”. Queridos, a adoração ou o momento de louvor não é para nosso benefício. Eu não sou o foco! O louvor tem que agradar só a Deus! Se você alguma vez já disse na sua igreja: “Não gostei do louvor que foi feito hoje”. Então você adorou por motivos errados. A adoração não é pra você!

Com relação às novas práticas de adoração, no texto aos Romanos 12. 1 e 2, o Apóstolo Paulo pede a oferta de um culto integral, regido pelo elemento racional, resultando em um sacrifício vivo, santo e agradável a Deus.

Galera! Precisamos ter inteligência emocional! Expressões emocionais sadias serão o elo entre a adoração e as diversas ligações com a vida.

Não existe na Bíblia nenhuma base que permita a emoção na adoração sobrepor a celebração. É o entendimento (conhecimento da Palavra + consciência racional do que esta sem feito ou dito) que garante a integridade ao adorador. Nosso Deus é um Deus de equilíbrio!

Parece que para muitos “apaixonados” por Jesus o entendimento “atrapalha” o perfeito louvor, o acesso à sala do trono ou ao Santo dos Santos.

O Apóstolo Paulo afirma em 1 Coríntios 14.15, “ Orarei com o espírito, mas também orarei com a mente, cantarei com o espírito, mas também com a mente”.

Veja o que o próprio Deus falou para Josué: “ Se andares nos meus caminhos e observares os meus preceitos (...) te darei acesso livre aos meus átrios e entre estes que aqui se encontram”. (Zacarias 3.7)

Para adorarmos a Deus em espírito e em verdade e ficarmos diante do trono é necessário apenas viver o cristianismo direito e diário. Nosso testemunho, nosso conhecimento bíblico e a pratica dos preceitos que afirmamos crer se transformaram em sacrifícios vivos de louvor. Discreto ou extravagante? Virado pra parede ou sentado no ultimo banquinho? Pulando, dançando, gritando ou estático num silencio total? Isso não importa!
Que Ele nos ajude a entender que todos os momentos de nossa existência são para adora-lo e que o nosso testemunho seja como lábios que confessam o Seu nome!

Marcão - Vocalista do Fruto Sagrado!

Nenhum comentário: